Janeiro: Icambiaba – guerreira amazônida
Bordado por: Regina Celi de Deus
Vieira Cavalcanti Silva
Autor: Frei Gaspar de Carvajal
Desenho: Carlos Madeira
Contato: reginacelicavalcanti@gmail.com
55 (31) 99953.8711
Fotografia, arte e produção:
Henry Yu
Icambiaba – guerreira
amazônida
Pelo Tratado de
Tordesilhas assinado entre Espanha e Portugal antes da descoberta do Brasil, a
região amazônica deveria pertencer á Espanha.
Em 1542, Frei Gaspar
Carvajal, escrivão da frota espanhola da Expedição de Francisco Orellana, que
partiu do Equador descendo o rio Napo encontrando-se com o rio Ucayali, no
Brasil, Solimões, sentido oeste/leste da nascente a foz no oceano Atlântico. Ao
navegar por vários dias no enorme rio brasileiro de que ele chamou de Mar Dulce
(mar de águas doce), foram atacados por mulheres guerreiras – usavam bem suas
armas e eram tenazes no combate. Tinham um seio mutilado, sugerindo um constante
manuseio do arco e flecha, fortalecendo elementos para a confirmação do mito
antigo das amazonas inspirado na mitologia grega: “Amazon” ou sem seios. Nomeando-as
de Amazonas. E o grande rio foi batizado como Rio das Amazonas.
Carvajal contou que o
ataque foi na região do rio Nhamundá (divisa do estado do Amazonas com o Pará),
no lago Espelho da Lua, viviam um grupo de mulheres guerreiras Icambiabas (mulheres
sem homens). Eram altas, robustas e de cabelos longos. Andavam nuas e sempre
com arcos e flechas nas mãos. Trabalhavam na caça, na pesca, na cerâmica e
enfeites com plumas.
Neste lago, em noites de
lua cheia, recebiam visitas de homens de tribos vizinhas para a procriação. Os
nascidos do sexo masculino eram entregues aos pais. As meninas ficavam com elas,
criando-as com os mesmos costumes de guerreira. Mergulhavam no fundo do lago,
traziam um punhado de barro limoso que modelavam artefatos em forma de
batráquios – sapos e rãs conhecidos como muiraquitãs e aos quais atribuíam
virtudes de amuletos com perfurações para dar passagens aos fios que os
sustentavam e provavelmente usados como adornos.
Desde os tempos das
Grandes Navegações a Amazônia tem representado uma combinação de fascínios e
aventuras. Historiadores não dão conta
de suas múltiplas dimensões, não conseguem esgotá-las. Retrataram de forma
variada mesclando relatos pessoais, fatos históricos, estórias e lendas. Não
existe portanto, uma narrativa definitiva sobre o tema.
Referencias Bibliográficas:
Marques Horta, Carlos
Felipe de Melo - O grande livro do folclore – Editora Leitura – 2004 – Belo
Horizonte – MG;
Aguillar, Nelson – Mostra
do Redescobrimento – 500 anos do Brasil – 2000 - Fundação Bienal de São Paulo –
SP
Bueno, Eduardo – Brasil: uma
história – a incrível saga de um país – Editora Ática – 2ª Edição – 2.003 - SP.
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