sábado, 25 de novembro de 2023

Icambiaba – guerreira amazônida - JANEIRO

 Janeiro: Icambiaba – guerreira amazônida

Bordado por: Regina Celi de Deus Vieira Cavalcanti Silva 

Autor: Frei Gaspar de Carvajal

Desenho: Carlos Madeira

Contato: reginacelicavalcanti@gmail.com

55 (31) 99953.8711

Fotografia, arte e produção: Henry Yu




Icambiaba – guerreira amazônida


Pelo Tratado de Tordesilhas assinado entre Espanha e Portugal antes da descoberta do Brasil, a região amazônica deveria pertencer á Espanha.

Em 1542, Frei Gaspar Carvajal, escrivão da frota espanhola da Expedição de Francisco Orellana, que partiu do Equador descendo o rio Napo encontrando-se com o rio Ucayali, no Brasil, Solimões, sentido oeste/leste da nascente a foz no oceano Atlântico. Ao navegar por vários dias no enorme rio brasileiro de que ele chamou de Mar Dulce (mar de águas doce), foram atacados por mulheres guerreiras – usavam bem suas armas e eram tenazes no combate. Tinham um seio mutilado, sugerindo um constante manuseio do arco e flecha, fortalecendo elementos para a confirmação do mito antigo das amazonas inspirado na mitologia grega: “Amazon” ou sem seios. Nomeando-as de Amazonas. E o grande rio foi batizado como Rio das Amazonas.

Carvajal contou que o ataque foi na região do rio Nhamundá (divisa do estado do Amazonas com o Pará), no lago Espelho da Lua, viviam um grupo de mulheres guerreiras Icambiabas (mulheres sem homens). Eram altas, robustas e de cabelos longos. Andavam nuas e sempre com arcos e flechas nas mãos. Trabalhavam na caça, na pesca, na cerâmica e enfeites com plumas.

Neste lago, em noites de lua cheia, recebiam visitas de homens de tribos vizinhas para a procriação. Os nascidos do sexo masculino eram entregues aos pais. As meninas ficavam com elas, criando-as com os mesmos costumes de guerreira. Mergulhavam no fundo do lago, traziam um punhado de barro limoso que modelavam artefatos em forma de batráquios – sapos e rãs conhecidos como muiraquitãs e aos quais atribuíam virtudes de amuletos com perfurações para dar passagens aos fios que os sustentavam e provavelmente usados como adornos.

Desde os tempos das Grandes Navegações a Amazônia tem representado uma combinação de fascínios e aventuras.  Historiadores não dão conta de suas múltiplas dimensões, não conseguem esgotá-las. Retrataram de forma variada mesclando relatos pessoais, fatos históricos, estórias e lendas. Não existe portanto, uma narrativa definitiva sobre o tema.

Referencias Bibliográficas:

Marques Horta, Carlos Felipe de Melo - O grande livro do folclore – Editora Leitura – 2004 – Belo Horizonte – MG;

Aguillar, Nelson – Mostra do Redescobrimento – 500 anos do Brasil – 2000 - Fundação Bienal de São Paulo – SP

Bueno, Eduardo – Brasil: uma história – a incrível saga de um país – Editora Ática – 2ª Edição – 2.003 - SP.

Nenhum comentário:

Postar um comentário