sábado, 25 de novembro de 2023

A Lenda do Boitatá - AGOSTO

Agosto: A Lenda do Boitatá

Bordado por: Siomara Goulart

Folclore brasileiro

Desenho: Maurizio Manzo

Contato: siomara.goulart@gmail.com

Fotografia, arte e produção: Henry Yu

  


 

A Lenda do Boitatá

 


A origem desta lenda é indígena, da tradição tupi-guarani. O padre jesuíta José de Anchieta foi o primeiro a fazer o relato dela. O religioso teve contato direto com os índios que habitavam o Brasil na época da colonização. Segundo seu relato datado em 31 de maio

de 1560, os indígenas lhe relataram sobre um fantasma chamado Mbai-tatá, que significa “coisa de fogo”. É a junção de duas palavras da língua tupi: Mbai ou Mbói que quer dizer “coisa”, e tatá que significa “fogo”.

A Lenda do Boitatá está presente em nosso folclore. Fala de uma cobra de fogo que expele chamas perseguindo homens que destroem as florestas e os campos, sobretudo por meio de incêndios criminosos. É um personagem que defende a natureza contra os predadores.

Reza a lenda que há muito tempo, houve uma noite muito escura, fria, sem estrelas, sem vento que parecia não ter fim. Não havia barulho algum, os bichos da floresta estavam todos quietos, tudo era um grande silêncio. Os seres humanos passando fome e frio, pois não podiam cortar lenhas para seus braseiros. Era uma profunda escuridão, e nesta noite sem fim, começou um temporal, passaram-se os dias, e a chuva não cessava, inundando tudo e muitos animais acabaram morrendo afogados. Tudo parecia perdido, até que um dia a serpente despertou do seu sono profundo.

De repente abriu seus olhos e foi rastejando, faminta em direção aos animais que foram mortos pela inundação, comendo os olhos deles que reluziam muito por causa da luz que eles enxergaram no último dia de vida, assim ela incorporou todos os olhos desses animais e seu corpo foi tomado por labaredas de fogo, como uma grande chama. A serpente tinha se transformado num grande ser flamejante, o Boitatá. E por onde passava, seu rastro dissipava a escuridão. Logo o sol começou a nascer novamente, iluminando toda a mata. Assim, as plantas voltaram a desabrochar, e todos os seres comemoraram o retorno da luz do dia.

Como toda lenda, há varias versões e todas descrevem o Boitatá como o protetor da natureza. As variações são de acordo com a região onde ela é contada. Um denominador comum, independente da versão, é a associação ao fogo, tanto que a lenda do Boitatá é uma forma de explicar o fogo-fátuo que é combustão instantânea de gases de matéria orgânica em decomposição que se movimenta como o corpo de uma serpente. Um monstro flamejante.

Cuidado, ao encontrar um Boitatá. A pessoa deve permanecer estática, fechar os olhos e prender a respiração, para não correr o risco de ficar cego, louco ou até morrer.

 

Consultas : sohistória.com.br / portalamazonia.com /educamaisbrasil.com.br /

mundoeducacao.uol.com.br / todamateria.com.br

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