Outubro: A Pequenina Folha Verde
Bordado por: Alda Andrade
Autor: Penny Parker
Desenho: Murilo Pagani
Contato: aldaluciad@gmail.com
55 (31) 99993.1286
Fotografia, arte e produção: Henry Yu
A Pequenina Folha Verde – Penny Parkere
Algum tempo atrás, havia um rei que estava muito
doente, e vivia na cama.
Porém, mais forte que a doença que lhe consumia, era o
profundo desanimo que lhe corroía a alma. O rei havia desistido de viver.
Sua filha tentava animá-lo, relembrando os bons
momentos que tinham vivido juntos. Mas, em vão, ele não reagia. O rei passava
os dias inteiros na cama, olhando para a janela, observando uma frondosa árvore,
que ia lentamente perdendo as suas folhas.
Certa manhã, quando a filha tentava animá-lo, o rei
disse:
- Sabe, filha, quando aquela árvore perder a última de
suas folhas, terá chegado a minha hora de partir…
- Mas que é isso pai, que tolice! Por que amarrar o seu
destino ao destino de uma árvore?
Mas o rei não a ouviu, tão concentrado que estava na
sua melancolia. A filha então compreendeu que existem momentos em que as
palavras ficam muito pobres e não conseguem acender a luzinha no coração das
pessoas. Então resolver agir.
Assim que o pai adormeceu, a filha entrou no quarto
com um pincel e um pequeno pote de tinta verde. Subiu num banquinho e pintou no
vidro da janela uma folhinha verde. À medida que o outono ia avançando, e o
inverno tomava o seu lugar, as folhas da árvore desprenderam-se todas e saíram
dançando ao vento. O rei observava cuidadosamente todos os seus movimentos. Observava
especialmente uma certa folhinha verde muito teimosa que não se movia do lugar.
Até que a neve chegou e cobriu a árvore com um manto branco. Mas, de sua cama,
o rei havia atado o fio da vida àquela folhinha verde, e continuava olhando-a
fixamente.
E foi assim, agarrando-se à folhinha verde, que o rei
atravessou o inverno. Então, quando a primavera chegou, e muitas novas folhas
cobriam a árvore, aquela pequenina folha verde ficou perdida entre tantas
outras e o rei encontrou seu ânimo e a sua vontade de viver. E ficou de pé. E
voltou à vida.
Mais tarde, enquanto limpava a folhinha pintada na
janela, a filha pensou:
- Espero que algum dia, se o desânimo tomar conta do
meu ser, alguém consiga oferecer-me uma folhinha verde, para que eu possa
receber através dela, a vontade de viver.
Nenhum comentário:
Postar um comentário