sábado, 25 de novembro de 2023

A Pequenina Folha Verde - OUTUBRO

 Outubro: A Pequenina Folha Verde

Bordado por: Alda Andrade

Autor: Penny Parker

Desenho: Murilo Pagani

Contato: aldaluciad@gmail.com

55 (31) 99993.1286

Fotografia, arte e produção: Henry Yu

 

 

A Pequenina Folha Verde – Penny Parkere

 


Algum tempo atrás, havia um rei que estava muito doente, e vivia na cama.

Porém, mais forte que a doença que lhe consumia, era o profundo desanimo que lhe corroía a alma. O rei havia desistido de viver.

 

Sua filha tentava animá-lo, relembrando os bons momentos que tinham vivido juntos. Mas, em vão, ele não reagia. O rei passava os dias inteiros na cama, olhando para a janela, observando uma frondosa árvore, que ia lentamente perdendo as suas folhas.

 

Certa manhã, quando a filha tentava animá-lo, o rei disse:

- Sabe, filha, quando aquela árvore perder a última de suas folhas, terá chegado a minha hora de partir…

- Mas que é isso pai, que tolice! Por que amarrar o seu destino ao destino de uma árvore?

Mas o rei não a ouviu, tão concentrado que estava na sua melancolia. A filha então compreendeu que existem momentos em que as palavras ficam muito pobres e não conseguem acender a luzinha no coração das pessoas. Então resolver agir.

 

Assim que o pai adormeceu, a filha entrou no quarto com um pincel e um pequeno pote de tinta verde. Subiu num banquinho e pintou no vidro da janela uma folhinha verde. À medida que o outono ia avançando, e o inverno tomava o seu lugar, as folhas da árvore desprenderam-se todas e saíram dançando ao vento. O rei observava cuidadosamente todos os seus movimentos. Observava especialmente uma certa folhinha verde muito teimosa que não se movia do lugar. Até que a neve chegou e cobriu a árvore com um manto branco. Mas, de sua cama, o rei havia atado o fio da vida àquela folhinha verde, e continuava olhando-a fixamente.

E foi assim, agarrando-se à folhinha verde, que o rei atravessou o inverno. Então, quando a primavera chegou, e muitas novas folhas cobriam a árvore, aquela pequenina folha verde ficou perdida entre tantas outras e o rei encontrou seu ânimo e a sua vontade de viver. E ficou de pé. E voltou à vida.

 

Mais tarde, enquanto limpava a folhinha pintada na janela, a filha pensou:

- Espero que algum dia, se o desânimo tomar conta do meu ser, alguém consiga oferecer-me uma folhinha verde, para que eu possa receber através dela, a vontade de viver.

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