sábado, 20 de novembro de 2021

CALENDÁRIO 2022

 ESTA PRONTO O NOSSO CALENDÁRIO 2022

RESERVE O SEU!



Janeiro - Sonhos de uma Noite de Verão

Janeiro - Sonhos de uma Noite de Verão

Bordado por: Zélia Melo

Autor: William Shakespeare

Desenho: Murilo Pagani

Contato: melozelia@terra.com.br

@melo_zelia_bordados

55 (31)99984.5072

Fotografia, arte e produção: Henry Yu

 

 

Sonho de uma Noite de Verão e a história cômica de um antigo triângulo amoroso que se desenrola em circunstâncias divertidas na floresta com a ajuda de algumas fadas maliciosas que, no final, convencem os seres humanos de que os estranhos acontecimentos da noite devem ter sido apenas um sonho.

Fevereiro – A Lenda de Nossa Senhora Aparecida

Fevereiro – A Lenda de Nossa Senhora Aparecida

Bordado por: Eleonora de Fátima Andrade

Autor: Lenda brasileira

Desenho: Murilo Pagani

Contato: eleonora.andrade@hotmail.com

55 (31)99821.6887 

Fotografia, arte e produção: Henry Yu

 

A história de Nossa Senhora Aparecida começa em outubro de 1717 quando Pedro Miguel de Almeida Portugal e Vasconcelos, conde de Assumar e governante da capitania de São Paulo e Minas de Ouro, estava passando por Guaratinguetá a fim de chegar a Vila Rica.

Na ocasião, o povo de Guaratinguetá, empolgado com a visita, resolveu oferecer um banquete de boas-vindas para o governante. E, para isso, seria preciso pescar, embora não fosse época de pesca e houvesse poucas chances de conseguir a fartura que desejavam.

Para aumentar suas chances, reza a lenda que os três pescadores escolhidos para conseguir os peixes, que eram eles Domingos Garcia, João Alves e Filipe Pedroso rezaram para a Virgem Maria e pediram a sua intercessão diante de Deus para que as santidades lhes abençoassem e tivessem proteção e fartura na pescaria.

Os três, então, foram ao Rio Paraíba e realizaram várias tentativas sem sucesso. Quando estavam quase desistindo João Alves encontrou o corpo de uma imagem da Virgem Maria sem a cabeça e ao lançar a rede novamente ele encontrou a parte que faltava.

Quando completa, a imagem da Santa teria ficado tão pesada que eles já não podiam mais sozinhos movê-la. Segundo a história de Nossa Senhora Aparecida, as próximas redes lançadas voltaram cheias de peixes a ponto de que eles tiveram que voltar as margens do rio cedo, pois corriam o risco de a embarcação virar com todo aquele peso.

A pesca farta desse dia foi então, atribuída como o primeiro de muitos milagres da Santa. Nos anos seguintes a imagem ficou na casa de um dos pescadores, Felipe Pedroso, e lá as pessoas podiam visitá-la e orar para ela.

Com o tempo, diversas outras intercessões foram atribuídas a Nossa Senhora Aparecida e a fama de seus poderes ficou conhecida por todo o Brasil, de forma que, em 1734 foi construída uma capela para ela. Contudo a visitação passou a ser permitida apenas em 1745.

Em 8 de setembro de 1904 a santa foi coroada em uma celebração dirigida por D. José Camargo Barros, com a presença de diversos membros da igreja e muitos fiéis. Mas foi só em 16 de julho de 1930 que Nossa Senhora da Conceição Aparecida, nome oficial da Santa, foi proclamada Rainha do Brasil e Padroeira Oficial.

Como é de se imaginar, a Santa não foi encontrada com sua coroa e manto característicos. Estes foram presentes da princesa Isabel que visitou o santuário de Nossa Senhora Aparecida em duas ocasiões.

Na segunda, em 1888, ano em que assinou a abolição, a lei Aurea, a princesa em pagamento a uma promessa, presenteou a imagem com um manto azul bordado com fios de ouro e uma coroa de ouro cravejado de diamantes e rubis.

Fonte - https://blog.piuka.com.br/historia-de-nossa-senhora-aparecida/

Março – Uma Fada um Pouco Complicada

Março – Uma Fada um Pouco Complicada

Bordado por: Débora Magnólia

Autor: Graziella Magnólia

Desenho: Graziella Magnólia

Contato: magnolia4652@gmail.com

55 (31)99972.7583

Fotografia, arte e produção: Henry Yu

 

 

A fada do dente tem muitas responsabilidades e com tantas coisas para fazer, essa fadinha estressada foi ficando cada vez mais cansada. Então, ela recebeu alguns reforços e com isso vieram muitas aventuras, sentimentos e confusões. Os desafios foram tantos, que a nossa fadinha experimentou sentimentos nunca vividos antes, de forma tão intensa. E entrou num colapso total!!!

 

Mas como tudo vem para o nosso bem, a fadinha aprendeu uma grande lição.

Abril – A Lenda de Iara

 Abril – A Lenda de Iara

Bordado por: Isabelle Marie Reinesch Souza

Autor: Lenda brasileira

Desenho: Isabelle Marie Reinesch Souza

Contato: isabelle.rsch@hotmail.com

Fotografia, arte e produção: Henry Yu

 

 Iara ou Yara, do indígena Iuara, significa “aquela que mora nas águas”.

 

Reza a lenda que a Iara era uma corajosa guerreira dona de uma grande beleza. Mas os irmãos sentiam inveja dela e resolveram matá-la.

 No combate, com suas habilidades guerreiras, Iara consegue inverter a situação e acaba matando seus irmãos.

 Com medo da punição de seu pai, o pajé da tribo, Iara resolve fugir, mas seu pai consegue encontrá-la e, como castigo pela morte dos irmãos, ele lança Iara ao rio. Os peixes salvam a bela jovem, transformando-a em sereia.

 Desde então, Iara habita os rios amazônicos. Toda noite de lua cheia, Iara conquista os homens com seu canto para levá-los ao fundo do rio onde se afogam e morrem.

 

 

 

Maio – As Brigas entre o Sol e a Lua


 Maio – As Brigas entre o Sol e a Lua

Bordado por: Silvânia Carvalho M. de Araújo

Autor: Conto da África ocidental: Costa do Marfim, Gana, Togo...

Desenho: Murilo Pagani

Contato: silvaniamar@gmail.com

Fotografia, arte e produção: Henry Yu

 

 

O Sol e a Lua se apaixonaram e decidiram morar juntos. Durante muito tempo foram felizes e tiveram filhos: as estrelas. Porém, a Lua não resistiu à tentação de ter um amante. O Sol não gostou da situação, falou para a Lua de seu descontentamento. O Sol queria fidelidade e a Lua queria ser livre. Diante da situação, o Sol pediu para a Lua ir embora de casa. Alguns filhos decidiram ir embora com a Lua e outros preferiram ficar com o Sol. E continuaram a brigar entre si. Quando isso acontecia, as estrelas do Sol e da Lua provocavam tempestades cheias de trovões e raios. Quando a Lua ficava cansada das brigas chamava seu amigo Arco- Íris para que estabelecesse um pouco de calma e paz, o que representava que as estrelas tinham que parar com as brigas. Às vezes, as brigas eram tão intensas que o Sol e a Lua se aproximavam demais um do outro e provocavam um eclipse. 

       Se algum dia vocês virem um eclipse a melhor maneira de parar com a briga entre o Sol e a Lua é batendo panelas ou tambores o mais forte que puderem. Se o Sol ficar zangado além da conta, ele pode desmanchar a Lua com seus raios, e a gente ficaria sem ela para sempre.

      

O príncipe medroso e outros contos africanos / Ana Soler-Point – São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

Junho – As Plêiades

 Junho – As Plêiades

Bordado por: Malu Furtado Rocha

Autor: Mito grego

Desenho: Murilo Pagani, assesoria em pintura: Nara Hauck

Contato: maluvieirarocha@gmail.com

Fotografia, arte e produção: Henry Yu

 

As Sete Irmãs, foram imortalizadas no famoso agrupamento de estrelas chamado Plêiades e provocaram assombro e fascínio mundo afora. Também foram tema de mitos e lendas em quase todas as culturas do planeta. São facilmente vistas a olho nu e consistem de várias estrelas brilhantes e quentes, de espectro predominantemente azul.
Histórias sobre as Sete Irmãs foram transmitidas oralmente e pela poesia, arte, música e arquitetura de gregos, aborígenes, chineses, índios norte-americanos, egípcios, persas, indianos e polinésios, para citar apenas alguns povos.

Na Mitologia Grega as Plêiadas eram sete irmãs: Maia, Alcíone, Artérope, Celeano, Taigete, Electra e Mérope. Eram filhas de Atlas, um titã condenado por Zeus a sustentar o céu, e de Pleione, filha do titã Oceano e protetora dos marinheiros.

Pleione costumava passear com suas jovens filhas pela Beócia, até que começaram a serem perseguidas pelo caçador Orion. E durante sete anos isto ocorreu. Para protegê-las das incansáveis investidas amorosas de Órion, Júpiter com pena delas, apontou um caminho até as estrelas, e elas formaram a cauda da constelação do Touro.

Maia
A mais velha das irmãs, conhecida pela beleza fora do normal e por sua vida solitária.
 A história conta que, apesar de muito bela, Maia era tímida e frágil, preferindo se isolar e morar sozinha nas cavernas. Em latim, Maia quer dizer “mãe” e, em outras traduções, também significa “enfermeira” ou “grande”. Era considerada pelos romanos a deusa da primavera, por isso nosso quinto mês se chama “maio”. Em determinado momento, sua estrela brilhou mais do que as outras. No entanto, a estrela da irmã seguinte, Alcíone, hoje brilha mais, e alguns dizem que isso simboliza a rivalidade entre as duas irmãs no passado.

Alcíone
 Na mitologia grega, Alcíone, a segunda irmã, era conhecida como a líder. Na época idílica, quando o mundo era repleto de alegria, prosperidade e tranquilidade, ela protegia o mar Mediterrâneo, tornando-o calmo e seguro para os marinheiros.
Em outro mito, casou-se com Céix, rei da Tessália, filho de uma estrela matutina, com quem formou um casal dedicado até o dia em que os dois enganaram Zeus e Hera, fazendo-se passar por eles.
Enfurecido, Zeus esperou o casal se separar e lançou uma tempestade sobre o mar, fazendo a embarcação de Céix virar e este morrer afogado.

Asterope
Astérope em grego significa “estrela” e é tradicionalmente retratada como uma das mais fracas entre as irmãs, talvez por ser uma das que brilham menos do que as outras.
 Com Ares, deus da guerra, teve um filho chamado Enomau.
Em algumas versões do mito, Enomau é marido de Astérope e rei de Pisa. Com ele, ela teria quatro filhos.

Celaeno
Celeano em geral é traduzido como “melão” ou “obscura”. Assim como Astérope, Celeano brilha menos do que as outras estrelas do agrupamento, supostamente por ter sido atingida certa vez por um raio lançado por Téon, o Jovem.
 Apesar disso, teve muitos filhos, entre eles Deucalião com o titã Prometeu, e Lico, Nicteu, Eurípilo com Poseidon, deus do mar.

Taigete
Nos mitos, Taigete, assim como Maia, valorizava a própria independência e vivia sozinha nas montanhas.
Zeus também tentou seduzi-la, mas, antes que conseguisse alcançá-la, ela correu para os braços de Artemis, que a transformou em gazela para lhe permitir escapar das garras de Zeus. Hércules também tentou seduzi-la.

Electra
Conhecida como a terceira mais brilhante das estrelas, Electra teve quatro filhos, entre eles Dárdano, que mais tarde fundaria a antiga cidade de Troia.
Algumas fontes alegam que Electra, e não Mérope, é a “Plêiade perdida” depois que ela desapareceu após a queda de Troia e a morte de Dárdano.

Mérope (a Irmã Perdida) – Mérope é mais geralmente aceita como a “Plêiade perdida”, pois foi a última estrela a ser identificada pelos astrônomos e é a mais fraca do grupo, invisível a olho nu.
 Algumas lendas sugerem que Mérope se perdeu ao ter escondido o rosto de vergonha por ter desposado um mortal, o rei Sísifo. Outros dizem que Mérope escondeu o rosto de vergonha pelo fato de o marido ser um criminoso, cuja punição era empurrar uma pesada pedra morro acima, até a fronteira do firmamento.
Nesse aspecto, há semelhanças com Atlas, pai de Mérope, que sustentava o peso do mundo nos ombros.

 

Nota: Texto extraído da publicação do site: http://br.lucindariley.co.uk/myths-and-legends/ de Lucinda Riley, autora da série “As Sete Irmãs”.

Julho – Sakura e a Árvore que não Florecia


 Julho – Sakura e a Árvore que não Florecia

Bordado por: Umeko Marubayashi

Autor: Lenda japonesa

Desenho: Umeko Marubayashi

Contato: umemaruba@yahoo.com.br

Fotografia, arte e produção: Henry Yu

 

 

Por conta de sua triste aparência, a árvore permanecia isolada. Em sua sombra nem a grama crescia. Nem mesmo os pequenos animais que viviam no bosque se aproximavam com medo de alguma estranha energia. Dia, após dia, a solidão era sua única companhia.  Contudo, certa noite, uma “tennyo”, uma ninfa celestial a visitou, curiosa.  Comovida com sua silenciosa tristeza, a ninfa celeste quis ajudá-la a se tornar bela e radiante e lhe fez uma proposta tentadora: criaria um encantamento que lhe permitisse sentir o que um coração humano sente e, quem sabe, experimentando emoções verdadeiras, voltasse a florescer. Graças à magia, poderia ser planta ou ser humano, sempre que desejasse e o encanto duraria vinte anos. Após esse tempo, se ainda não fosse capaz de despertar sua vitalidade, a árvore morreria.

A solitária árvore se agarrou a proposta da ninfa celestial, empolgando-se com

a ideia de poder assumir a forma humana.  Ela se transformou em homem, mas o recomeço se mostrou muito difícil. Tudo que via nessa nova vida era guerra, ódio e dor. E assim, meses e anos foram se passando. Desolada, a árvore não encontrava nada no reino dos homens que a ajudasse a progredir. Até que, certa noite, enquanto estava caminhando até um córrego de águas cristalinas, avistou uma bela jovem se refrescando em suas margens. Impressionado com sua graciosa beleza, aproximou-se. A jovem disse chamar Sakura e, durante o breve encontro se mostrou gentil e afável. O homem-árvore a ajudou carregar água até sua casa, que ficava nas proximidades. No caminho tiveram uma animada conversa sobre seus sonhos futuros, ambos lamentando a destruição pela qual o país estava passando através das consecutivas guerras.

A jovem Sakura perguntou seu nome. A árvore respondeu simplesmente, “Yohiro”, que significa “esperança”. O inusitado casal demonstrou ter uma perfeita sintonia e se tornaram

amigos próximos. Logo ao amanhecer, todos os dias, encontravam-se para cantar, ler poemas e livros de histórias fantásticas. Quanto mais tempo se passava, mais sentiam que queriam estar um ao lado do outro. E, assim, o relacionamento foi se fortalecendo.

Um dia, Yohiro decidiu confessar seus sentimentos a Sakura, pois não conseguia mais guardar dentro de si mesmo. Também contou quem realmente era, uma triste árvore atormentada por não conseguir encontrar seu propósito na vida que, muito em breve, morreria por não conseguir florescer. Impactada com a repentina confissão de Yohiro, Sakura permaneceu em silêncio.

Mas, o relógio do tempo não parou para Yohiro e o prazo de vinte anos estava prestes a ser cumprido. Ele tinha se transformado novamente em árvore e se entristecia a cada dia, pensando em seu inevitável destino. Certa tarde, quando Yohiro menos esperava, a jovem Sakura apareceu no bosque. Abraçando emocionada a árvore, também confessou seu amor. Ela não queria que nada de mal lhe acontecesse, muito menos, aguentaria vê-lo morrer. Foi nesse momento, que a ninfa celestial reapareceu. A tennyo exigiu uma decisão do casal, ou Sakura permanecia humana e se despedia de Yohiro, ou se uniria a ele na forma de árvore. A jovem olhou ao seu redor e lembrou-se com pesar de toda a dor e sofrimento que testemunhou durante todos esses anos de guerra. Escolheu, então, fundir-se para sempre a Yohiro.

E o milagre aconteceu. Os dois se tornaram um só. A triste árvore de outrora, enfim, floresceu. Juntos, transformaram-se na Sakura, a cerejeira em flor,

a mais bela da floresta. Desde então, seu sincero amor perfuma os campos e jardins durante o Hanami, a festa das flores que acontece na primavera por todo Japão.

https://educaemcasa.petropolis.rj.gov.br/uploads/arquivos/1606083804-7-ano-sexta-feira-semana-32-1-pdf.pdf

 

Agosto – Rapunzel


 Agosto – Rapunzel

Bordado por: Corina Damasio

Autor: Irmãos Grimm

Desenho: Murilo Pagani

Contato: corinadamasio@gmail.com

55 (31)99341.3918

Fotografia, arte e produção: Henry Yu

 

 

Era uma vez um casal sem filhos que queria muito uma criança, eram vizinhos de uma bruxa muito temida, malvada, ciumenta e poderosa. A esposa, ao fim da gravidez, sentiu um grande desejo por comer rabanetes, variedade de nabos que só cresciam no pomar da feiticeira. Por uma noite, o marido saiu e invadiu o pomar para saciar os desejos da esposa, mas na segunda noite, enquanto escalava a parede para retornar para casa, a malvada bruxa apareceu acusando-o de furto. O homem implorou por misericórdia, e a velha mulher concordou em absolve-lo desde que a criança lhe fosse entregue ao nascer. Desesperado, o homem concordou; uma linda menina nasceu, e foi entregue à bruxa, que nomeou-a Rapunzel (fazendo referência aos rabanetes que lhe foram roubados).

 

Quando Rapunzel alcançou doze anos, a bruxa trancafiou-a numa torre alta, sem portas ou escadas, com apenas uma janela no topo. Quando a bruxa queria subir a torre, mandava que Rapunzel estendesse suas tranças douradas, e ela colocava seu cabelo num gancho de modo que a bruxa pudesse subir por ele.

 

Um dia, um príncipe que cavalgava no bosque próximo ouviu Rapunzel cantando na torre. Extasiado pela voz, foi procurar a menina, e encontrou a torre, mas nenhuma porta. Foi retornando frequentemente, escutando a menina cantar, e um dia avistou uma visita da bruxa, assim aprendendo como subir a torre.

 

Quando a bruxa foi embora, pediu que Rapunzel soltasse suas tranças e, ao subir, pediu-a em casamento. Rapunzel concordou. Juntos fizeram um plano: o príncipe viria cada noite (assim evitando a bruxa, que a visitava pelo dia), e trar-lhe-ia seda, que Rapunzel teceria gradualmente em uma escada. Como todos os dias, o príncipe foi visitar Rapunzel mas a bruxa apanhou-o.

 

Na raiva, a bruxa cortou as madeixas de Rapunzel e fez-se passar por ela. Quando o príncipe chegou naquela noite, a bruxa deixou as tranças caírem para transportá-lo para cima. O príncipe percebeu horrorizado que Rapunzel não estava mais ali; a bruxa disse que nunca mais a veria e empurrou-o até os espinhos de baixo, que o cegaram.

 

Por anos, ele vagou pelas terras devastadas do país e eventualmente chegou ao deserto onde agora Rapunzel vivia com os gêmeos que ela dera à luz, um menino e uma menina, filhos do príncipe. Um dia, enquanto ela cantava, ele ouviu a voz dela novamente e eles se reuniram. Quando eles caíram nos braços um do outro, as lágrimas dela imediatamente restauraram a visão do amado. Ele levou Rapunzel e seus gêmeos para o seu reino, onde viveram felizes para sempre.

Setembro – A Lenda da Princesa Dragão do Lago Tazawa

 

Setembro – A Lenda da Princesa Dragão do Lago Tazawa

Bordado por: Magda Pina

Autor: Conto japonês

Desenho: Magda Pina

Contato: magdapinaa@gmail.com

Fotografia, arte e produção: Henry Yu

 

 

“Mukashi Mukashi aru tokoro ni”… Há muitos, muitos séculos, em uma pequena aldeia montanhosa do Japão, vivia feliz um ancião e sua boa esposa. Certa ocasião, o velho casal peregrinou até um santuário em agradecimento a “Zenchi no Mikoto”, o Deus da Graça Divina, pelo dom da longevidade da qual foram contemplados. Quando caminhavam de volta para casa, avistaram um cesto sendo levado pela correnteza do rio. Curiosos, pegaram uma vara de pesca abandonada e puxaram o cesto para a margem.

 O casal levou um grande susto, pois no cesto, havia uma linda criancinha sorridente. Como não tinham filhos, interpretaram que aquela graciosa menina era um presente do céu — já que durante suas orações de agradecimento no santuário, haviam cogitado que se tivessem filhos, a felicidade do casal seria completa.

Assim, levaram a criança para casa e a trataram com muito carinho. O tempo passou e a menina transformou-se numa linda moça. Ela era tão bela que todos na aldeia a chamavam de Hime (Princesa).

 Na vizinhança, moravam dois irmãos que gostavam de Hime desde que eram crianças. O irmão mais velho era esperto e muito ativo; o mais novo, amável e muito pacato.

Certa vez, o senhor feudal visitou a aldeia durante o Festival da Colheita. Vendo a jovem dançar durante os festejos, o nobre ficou impressionado com sua beleza, a requisitando para morar no castelo como uma das suas concubinas.

Os aldeões ficaram satisfeitos, pois sua ida para a corte representava prosperidade futura para a aldeia, acreditavam que a garota poderia interceder junto ao Daimyo para fazer melhorias no vilarejo.

Porém, duas pessoas da aldeia não gostaram. Eram os irmãos que amavam a gentil menina. Desgostoso, o mais velho foi até o penhasco e saltou para dentro do lago. Logo a seguir, o irmão mais novo também se atirou em suas profundas águas. Nesse momento, um dragão surgiu na superfície do lago e os aldeões pensaram que o jovem se transformara na fera. Na verdade, o dragão era o pai dos irmãos, Ryuoo, o Rei dos Dragões.

 Mais tarde, na região houve uma longa estiagem. Com a seca, as plantações ficaram completamente devastadas e o grande lago, quase secou. Diante da calamidade, o senhor feudal ordenou que os aldeões plantassem novos campos de arroz no local já semi-seco. Assim, os lavradores começaram a preparar o plantio removendo toda terra enlameada do fundo. Porém, nessa noite, todos no vilarejo tiveram o mesmo sonho: a bela Hime apareceu a cada um deles e fez um pedido dizendo para preservar o lago.

Mas ninguém deu ouvido ao pedido e continuaram cavando a terra para o plantio, pois estavam desesperados. Se a seca continuasse, todos morreriam de fome.

O fundo do lago foi todo revolvido pelos homens da aldeia. A situação despertou a ira de Ryuoo. O Rei dos Dragões ficou tão irritado com ato insolente que aumentou o nível da água. Suas águas foram aumentando, aumentando, até causar uma inundação. A correnteza formada carregou as mudas de arroz para a superfície, levando-as para o antigo campo em terra, arrastando consigo os corpos dos irmãos mortos que estavam submersos no fundo do lago.

A jovem Hime ficou desolada ao ver os corpos desfalecidos dos irmãos, indo implorar a Ryuoo: — Por favor, Rei dos Dragões, use seus poderes para trazer os dois irmãos de volta à vida.

— Esses dois eram meus filhos, revelou com pesar Ryuoo, mas nada posso fazer, pois sacrificaram suas vidas por vontade própria. Somente outro sacrifício pode reverter essa situação.

— Eu amei os dois. Ajude-os em troca de meu sacrifício. Para dizer a verdade, trago em meu ventre um bebê do irmão mais velho, confessou Hime em prantos.

— Lembre-se jovem, você, que é tão linda, se entregar sua vida em sacrifício, jamais poderá retornar à forma humana. Após o ritual, será para sempre um dragão, uma fera repugnante aos olhos dos homens.

Hime concordou em se transformar em dragão e viver no fundo do lago ao lado do seu amado que, após voltar à vida, também preferiu voltar a sua verdadeira forma de dragão. O irmão mais novo adquiriu novamente forma humana e retornou à aldeia com o bebê de Hime e de seu irmão mais velho nos braços.

Quinze anos depois, a criança havia se transformado em uma linda garota. Assim como a mãe, todos da aldeia a chamavam de Hime (Princesa).

Um dia olhando para o lago, seu tio disse: — Fomos salvos por sua mãe 15 anos atrás. Ela era tão bela como você. Aceitou ser transformada em dragão para salvar a minha vida e a de seu pai. Prometi que retornaria ao lago quando completasse 15 anos. E hoje é o dia do meu retorno.

Dizendo isso, o irmão mais novo mergulhou no lago e nunca mais foi visto pelo povo da aldeia.

Hoje, o lago é chamado de Lago Tazawa, conhecido como “O Lago que nunca congela”. O conto da Princesa Dragão faz parte das narrativas populares antigas do Japão, conhecidas como “Mukashi banashi”. Existem muitas lendas em diferentes versões no vasto folclore nipônico envolvendo Tazawa-ko, o Lago das águas mais profundas da Terra do Sol Nascente.

Por Caçadores de Lendas

Referências: Adaptação do Livro: Kaidan “Ghost Stories” of Katsukawa Shunshô and Katsukawa Shun’ei

 


 

Outubro – Alice no País da Maravilhas

Outubro – Alice no País da Maravilhas

Bordado por: Alda Andrade

Autor: Lewis Carroll

Desenho: Murilo Pagani, livremente inspirado em “Alice no País das Maravilhas” de Walt Disney

Contato: aldaluciad@gmail.com

55 (31)99993.1286

Fotografia, arte e produção: Henry Yu

 

No País das Maravilhas, Alice encontra uma lagarta fumando um narguilé em cima de um cogumelo. Ela lhe pergunta quem é e Alice começa a desabafar sobre todas as transformações que sofreu durante o dia, afirmando que não sabe mais quem é. A lagarta recomenda que mantenha a calma e diz que um lado do cogumelo a fará crescer e o outro lado diminuir.

https://www.culturagenial.com/livro-alice-no-pais-das-maravilhas-lewis-carroll/

  

Novembro – A Estrada Encantada

 Novembro – A Estrada Encantada

Bordado por: Marie-Thérèse Pfyffer

Autor: Alma Chiesa

Desenho: Demóstenes Vargas

Contato: @duo_leones

Fotografia, arte e produção: Henry Yu

  

Mil anos atrás, um grande e maravilhoso castelo se erguia sobre as falésias de Tumivi. Ali passavam poucos veleiros, havia poucas estradas e nenhuma levava ao castelo. Só se ouvia o murmúrio do mar, o canto dos pássaros, e o rugido das feras na floresta imensa. O portão de ferro do castelo nunca se abria. Diziam que lá vivia o mago Paifú com seu tesouro imenso. Diziam também que mantinha seus inimigos prisioneiros.

 

Um dia a linda filha do poderoso rei Efredi sumiu do palácio real. Procuraram por ela em todo o reino, em vão. Desesperado, o rei foi pedir conselho ao sábio Dagrebi.

 Vejo a princesa atrás de altas muralhas, perto do mar e de uma floresta imensa – disse o velho sábio com sua voz fraca e trêmula. – Apenas o violino e o pincel poderão quebrar o encanto. Busque o violinista, busque o pintor...

– Como se chamam? Onde posso encontrá-los?

– Não sei... – o velho sábio fechou os olhos e pareceu adormecer.

 

Naturalmente, o rei não acreditou no conselho do sábio. Juntou um exército de dois mil guerreiros a cavalo e marchou sobre Tumivi. Atraídos pelo tesouro, outros guerreiros se juntaram a eles, assim como aldeões armados com facões e bastões, e uma flotilha de barcos de guerra foi pelo caminho do mar. Depois de um mês avistaram as muralhas da fortaleza. Circundaram as rochas e começaram a escalar. De repente, surgiu um enorme redemoinho, que arrancou os homens e os cavalos da terra, os marinheiros e seus barcos do mar, e os lançou, urrando de terror, para dentro das muralhas. Caiu o silêncio.

 

Slem o preguiçoso tinha chegado atrasado e tinha visto tudo de longe. Um homem alto e magro, vestido com uma longa capa verde, e segurando um violino saiu da floresta. Um segundo homem apareceu, mais novo, vestido de vermelho, com um pincel na cintura.

– Rápido! Precisamos salvá-los!

 

O violinista começou a tocar uma melodia estranha e bela. O pintor colocou uma tela branca num cavalete e, molhando seu pincel no verde da grama e no azul do mar, em todos os tons das flores reproduziu a paisagem à sua volta. O violino chamava os desaparecidos e vibrava como se mil instrumentos estivessem tocando. As árvores se balançavam ao ritmo da música, os animais se aproximaram. Com uma pincelada azul, o pintor apagou as muralhas da fortaleza. No mesmo instante uma nuvem escondeu o castelo e se transformou numa estrada azul. Por ela chegaram cavaleiros, soldados, aldeões, marinheiros, o rei e a princesa, caminhando como se estivessem sonhando.

 

De repente apareceu o mago Paifú, tão furioso que chamas e fumaças saíam de sua boca. O pintor molhou o pincel numa frutinha preta e fez uma mancha escura na estrada. Abriu-se um buraco no qual o mago sumiu e o silêncio voltou. O violinista guardou seu instrumento. O pintor apagou o quadro da tela. Chorando, Slem caiu de joelhos diante destes homens extraordinários:

– Meus senhores, agradeço por vocês terem salvado a mim, ao meu rei, à princesa e a todos os outros. O rei é poderoso e generoso. Venham comigo ao palácio para receber as honras e as riquezas que merecem.

– Não preciso das riquezas de seu rei, tenho meu violino.

– Tenho meu pincel, não desejo mais nada.

– Mas... não querem vir ao palácio?

– Não – disseram os artistas. – Nosso palácio é o mundo e temos ainda muito que fazer.

 

Espantado, Slem abriu a boca para dizer algo, mas os dois homens já haviam desaparecido. Escutou, bem longe, o som do violino e, ao olhar para o céu, pareceu-lhe que um pincel gigante estava pintando a primeira estrela.

 

Alma Chiesa

Dezembro – O Retorno de Teseu

Dezembro – O Retorno de Teseu

Bordado por: Rosângela Gualberto

Autor: Mito grego

Desenho: Murilo Pagani

Contato: rosangelagualberto@uol.com.br

55 (31)98772.8302

Fotografia, arte e produção: Henry Yu

 

A cada nove anos, o rei de Creta, Minos, exigia que Atenas enviasse jovens para serem sacrificados ao Minotauro. Teseu, filho do rei ateniense Egeu, se juntou a estes jovens, decidido a enfrentar o monstro.

 Logo ao chegar em Creta, Teseu conhece Ariadne, filha do rei de Creta, e eles se apaixonam. Para salvar o amado da morte no labirinto, Ariadne dá a Teseu um novelo. Para não se perder, ele deveria desenrolar o fio enquanto ia ao encontro do Minotauro. Mas Ariadne coloca uma condição: caso ele sair vivo do labirinto, teria que se casar com ela. Depois de matar o Minotauro, Teseu encontra facilmente a saída e foge em seu barco com Ariadne, pegando o caminho de volta para Atenas.

 

Todo dia, Egeu, tinha ficado no alto do penhasco, fitando o mar, esperando a volta de seu filho. Teseu tinha prometido içar uma vela branca caso voltasse são e salvo mas, empolgado com seu amor, esquece da promessa e deixa a vela negra. Assim que avista o barco, Egeu, certo de que seu amado filho foi morto, joga-se no mar. Por isso o mar Egeu até hoje tem o seu nome.