RESERVE O SEU!
sábado, 20 de novembro de 2021
Janeiro - Sonhos de uma Noite de Verão
Bordado por: Zélia Melo
Autor: William Shakespeare
Desenho: Murilo Pagani
Contato: melozelia@terra.com.br
@melo_zelia_bordados
55 (31)99984.5072
Fotografia, arte e
produção: Henry Yu
Sonho
de uma Noite de Verão e a história cômica de um antigo triângulo amoroso que se
desenrola em circunstâncias divertidas na floresta com a ajuda de algumas fadas
maliciosas que, no final, convencem os seres humanos de que os estranhos
acontecimentos da noite devem ter sido apenas um sonho.
Fevereiro – A Lenda de Nossa Senhora Aparecida
Fevereiro – A Lenda de Nossa Senhora Aparecida
Bordado por: Eleonora de Fátima Andrade
Autor: Lenda brasileira
Desenho: Murilo Pagani
Contato: eleonora.andrade@hotmail.com
55 (31)99821.6887
Fotografia, arte e
produção: Henry Yu
A história de Nossa Senhora
Aparecida começa em outubro de 1717 quando Pedro Miguel de Almeida Portugal e
Vasconcelos, conde de Assumar e governante da capitania de São
Paulo e Minas de Ouro, estava passando por Guaratinguetá a fim de chegar a
Vila Rica.
Na ocasião, o povo de
Guaratinguetá, empolgado com a visita, resolveu oferecer um banquete de
boas-vindas para o governante. E, para isso, seria preciso pescar, embora não
fosse época de pesca e houvesse poucas chances de conseguir a fartura que
desejavam.
Para aumentar suas chances, reza
a lenda que os três pescadores escolhidos para conseguir os peixes, que eram
eles Domingos Garcia, João Alves e Filipe Pedroso rezaram para a Virgem Maria e
pediram a sua intercessão diante de Deus para que as santidades lhes
abençoassem e tivessem proteção e fartura na pescaria.
Os três, então, foram ao Rio
Paraíba e realizaram várias tentativas sem sucesso. Quando estavam quase
desistindo João Alves encontrou o corpo de uma imagem da Virgem Maria sem a
cabeça e ao lançar a rede novamente ele encontrou a parte que faltava.
Quando completa, a imagem da
Santa teria ficado tão pesada que eles já não podiam mais sozinhos movê-la.
Segundo a história de Nossa Senhora Aparecida, as próximas redes lançadas
voltaram cheias de peixes a ponto de que eles tiveram que voltar as margens do
rio cedo, pois corriam o risco de a embarcação virar com todo aquele peso.
A pesca farta desse dia foi
então, atribuída como o primeiro de muitos milagres da Santa. Nos anos
seguintes a imagem ficou na casa de um dos pescadores, Felipe Pedroso, e lá as
pessoas podiam visitá-la e orar para ela.
Com o tempo, diversas outras
intercessões foram atribuídas a Nossa Senhora Aparecida e a fama de seus
poderes ficou conhecida por todo o Brasil, de forma que, em 1734 foi construída
uma capela para ela. Contudo a visitação passou a ser permitida apenas em 1745.
Em 8 de setembro de 1904 a santa
foi coroada em uma celebração dirigida por D. José Camargo Barros, com a
presença de diversos membros da igreja e muitos fiéis. Mas foi só em 16 de
julho de 1930 que Nossa Senhora da Conceição Aparecida, nome oficial da Santa,
foi proclamada Rainha do Brasil e Padroeira Oficial.
Como é de se imaginar, a Santa
não foi encontrada com sua coroa e manto característicos. Estes foram presentes
da princesa Isabel que visitou o santuário de Nossa Senhora Aparecida em duas
ocasiões.
Na segunda, em 1888, ano em que
assinou a abolição, a lei Aurea, a princesa em pagamento a uma promessa,
presenteou a imagem com um manto azul bordado com fios de ouro e uma coroa de
ouro cravejado de diamantes e rubis.
Fonte - https://blog.piuka.com.br/historia-de-nossa-senhora-aparecida/
Março – Uma Fada um Pouco Complicada
Março – Uma Fada um Pouco Complicada
Bordado por: Débora Magnólia
Autor: Graziella Magnólia
Desenho: Graziella Magnólia
Contato: magnolia4652@gmail.com
55 (31)99972.7583
Fotografia, arte e
produção: Henry Yu
A fada do
dente tem muitas responsabilidades e com tantas coisas para fazer, essa fadinha
estressada foi ficando cada vez mais cansada. Então, ela recebeu alguns
reforços e com isso vieram muitas aventuras, sentimentos e confusões. Os
desafios foram tantos, que a nossa fadinha experimentou sentimentos nunca
vividos antes, de forma tão intensa. E entrou num colapso total!!!
Mas como
tudo vem para o nosso bem, a fadinha aprendeu uma grande lição.
Abril – A Lenda de Iara
Bordado por: Isabelle Marie
Reinesch Souza
Autor: Lenda brasileira
Desenho: Isabelle Marie
Reinesch Souza
Contato: isabelle.rsch@hotmail.com
Fotografia, arte e
produção: Henry Yu
Reza a lenda que a Iara era
uma corajosa guerreira dona de uma grande beleza. Mas os irmãos sentiam inveja
dela e resolveram matá-la.
Maio – As Brigas entre o Sol e a Lua
Maio – As Brigas entre o Sol e a Lua
Bordado por: Silvânia Carvalho M.
de Araújo
Autor: Conto da África
ocidental: Costa do Marfim, Gana, Togo...
Desenho: Murilo Pagani
Contato: silvaniamar@gmail.com
Fotografia, arte e
produção: Henry Yu
O Sol e a Lua se apaixonaram e
decidiram morar juntos. Durante muito tempo foram felizes e tiveram filhos: as
estrelas. Porém, a Lua não resistiu à tentação de ter um amante. O Sol não
gostou da situação, falou para a Lua de seu descontentamento. O Sol queria
fidelidade e a Lua queria ser livre. Diante da situação, o Sol pediu para a Lua
ir embora de casa. Alguns filhos decidiram ir embora com a Lua e outros
preferiram ficar com o Sol. E continuaram a brigar entre si. Quando isso
acontecia, as estrelas do Sol e da Lua provocavam tempestades cheias de trovões
e raios. Quando a Lua ficava cansada das brigas chamava seu amigo Arco- Íris
para que estabelecesse um pouco de calma e paz, o que representava que as estrelas
tinham que parar com as brigas. Às vezes, as brigas eram tão intensas que o Sol
e a Lua se aproximavam demais um do outro e provocavam um eclipse.
Se algum dia vocês virem um eclipse a
melhor maneira de parar com a briga entre o Sol e a Lua é batendo panelas ou
tambores o mais forte que puderem. Se o Sol ficar zangado além da conta, ele
pode desmanchar a Lua com seus raios, e a gente ficaria sem ela para sempre.
O príncipe medroso e outros
contos africanos / Ana Soler-Point – São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
Junho – As Plêiades
Bordado por: Malu Furtado Rocha
Autor: Mito grego
Desenho: Murilo Pagani, assesoria em
pintura: Nara Hauck
Contato: maluvieirarocha@gmail.com
Fotografia, arte e
produção: Henry Yu
As Sete Irmãs, foram
imortalizadas no famoso agrupamento de estrelas chamado Plêiades e provocaram
assombro e fascínio mundo afora. Também foram tema de mitos e lendas em quase
todas as culturas do planeta. São facilmente vistas a olho nu e consistem de
várias estrelas brilhantes e quentes, de espectro predominantemente azul.
Histórias sobre as Sete Irmãs foram transmitidas oralmente e pela poesia, arte,
música e arquitetura de gregos, aborígenes, chineses, índios norte-americanos,
egípcios, persas, indianos e polinésios, para citar apenas alguns povos.
Na Mitologia Grega as Plêiadas eram
sete irmãs: Maia, Alcíone, Artérope, Celeano, Taigete, Electra e Mérope. Eram
filhas de Atlas, um titã condenado por Zeus a sustentar o céu, e de Pleione,
filha do titã Oceano e protetora dos marinheiros.
Pleione costumava passear com
suas jovens filhas pela Beócia, até que começaram a serem perseguidas pelo
caçador Orion. E durante sete anos isto ocorreu. Para protegê-las das
incansáveis investidas amorosas de Órion, Júpiter com pena delas, apontou um
caminho até as estrelas, e elas formaram a cauda da constelação do Touro.
Maia
A mais velha das irmãs, conhecida pela beleza fora do normal e por sua vida solitária.
A história conta que, apesar de muito bela, Maia era tímida e frágil,
preferindo se isolar e morar sozinha nas cavernas. Em latim, Maia quer dizer
“mãe” e, em outras traduções, também significa “enfermeira” ou “grande”. Era
considerada pelos romanos a deusa da primavera, por isso nosso quinto mês se
chama “maio”. Em determinado momento, sua estrela brilhou mais do que as
outras. No entanto, a estrela da irmã seguinte, Alcíone, hoje brilha mais, e
alguns dizem que isso simboliza a rivalidade entre as duas irmãs no passado.
Alcíone
Na mitologia grega, Alcíone, a segunda irmã, era conhecida como a líder.
Na época idílica, quando o mundo era repleto de alegria, prosperidade e
tranquilidade, ela protegia o mar Mediterrâneo, tornando-o calmo e seguro para
os marinheiros.
Em outro mito, casou-se com Céix, rei da Tessália, filho de uma estrela
matutina, com quem formou um casal dedicado até o dia em que os dois enganaram
Zeus e Hera, fazendo-se passar por eles.
Enfurecido, Zeus esperou o casal se separar e lançou uma tempestade sobre o
mar, fazendo a embarcação de Céix virar e este morrer afogado.
Asterope
Astérope em grego significa “estrela” e é tradicionalmente retratada como uma
das mais fracas entre as irmãs, talvez por ser uma das que brilham menos do que
as outras.
Com Ares, deus da guerra, teve um filho chamado Enomau.
Em algumas versões do mito, Enomau é marido de Astérope e rei de Pisa. Com ele,
ela teria quatro filhos.
Celaeno
Celeano em geral é traduzido como “melão” ou “obscura”. Assim como Astérope,
Celeano brilha menos do que as outras estrelas do agrupamento, supostamente por
ter sido atingida certa vez por um raio lançado por Téon, o Jovem.
Apesar disso, teve muitos filhos, entre eles Deucalião com o titã
Prometeu, e Lico, Nicteu, Eurípilo com Poseidon, deus do mar.
Taigete
Nos mitos, Taigete, assim como Maia, valorizava a própria independência e vivia
sozinha nas montanhas.
Zeus também tentou seduzi-la, mas, antes que conseguisse alcançá-la, ela correu
para os braços de Artemis, que a transformou em gazela para lhe permitir
escapar das garras de Zeus. Hércules também tentou seduzi-la.
Electra
Conhecida como a terceira mais brilhante das estrelas, Electra teve quatro
filhos, entre eles Dárdano, que mais tarde fundaria a antiga cidade de Troia.
Algumas fontes alegam que Electra, e não Mérope, é a “Plêiade perdida” depois
que ela desapareceu após a queda de Troia e a morte de Dárdano.
Mérope (a Irmã Perdida) – Mérope
é mais geralmente aceita como a “Plêiade perdida”, pois foi a última estrela a
ser identificada pelos astrônomos e é a mais fraca do grupo, invisível a olho
nu.
Algumas lendas sugerem que Mérope se perdeu ao ter escondido o rosto de
vergonha por ter desposado um mortal, o rei Sísifo. Outros dizem que Mérope
escondeu o rosto de vergonha pelo fato de o marido ser um criminoso, cuja
punição era empurrar uma pesada pedra morro acima, até a fronteira do
firmamento.
Nesse aspecto, há semelhanças com Atlas, pai de Mérope, que sustentava o peso
do mundo nos ombros.
Nota: Texto extraído da publicação do site: http://br.lucindariley.co.uk/myths-and-legends/ de Lucinda Riley, autora da série
“As Sete Irmãs”.
Julho – Sakura e a Árvore que não Florecia
Julho – Sakura e a Árvore que não Florecia
Bordado por: Umeko Marubayashi
Autor: Lenda japonesa
Desenho: Umeko Marubayashi
Contato: umemaruba@yahoo.com.br
Fotografia, arte e
produção: Henry Yu
Por conta de sua triste aparência, a árvore permanecia isolada. Em sua
sombra nem a grama crescia. Nem mesmo os pequenos animais que viviam no bosque
se aproximavam com medo de alguma estranha energia. Dia, após dia, a solidão
era sua única companhia. Contudo, certa
noite, uma “tennyo”, uma ninfa celestial a visitou, curiosa. Comovida com sua silenciosa tristeza, a ninfa
celeste quis ajudá-la a se tornar bela e radiante e lhe fez uma proposta
tentadora: criaria um encantamento que lhe permitisse sentir o que um coração
humano sente e, quem sabe, experimentando emoções verdadeiras, voltasse a
florescer. Graças à magia, poderia ser planta ou ser humano, sempre que
desejasse e o encanto duraria vinte anos. Após esse tempo, se ainda não fosse
capaz de despertar sua vitalidade, a árvore morreria.
A solitária árvore se agarrou a proposta da ninfa celestial,
empolgando-se com
a ideia de poder assumir a forma humana.
Ela se transformou em homem, mas o recomeço se mostrou muito difícil. Tudo
que via nessa nova vida era guerra, ódio e dor. E assim, meses e anos foram se
passando. Desolada, a árvore não encontrava nada no reino dos homens que a
ajudasse a progredir. Até que, certa noite, enquanto estava caminhando até um
córrego de águas cristalinas, avistou uma bela jovem se refrescando em suas
margens. Impressionado com sua graciosa beleza, aproximou-se. A jovem disse
chamar Sakura e, durante o breve encontro se mostrou gentil e afável. O
homem-árvore a ajudou carregar água até sua casa, que ficava nas proximidades.
No caminho tiveram uma animada conversa sobre seus sonhos futuros, ambos
lamentando a destruição pela qual o país estava passando através das
consecutivas guerras.
A jovem Sakura perguntou seu nome. A árvore respondeu simplesmente,
“Yohiro”, que significa “esperança”. O inusitado casal demonstrou ter uma
perfeita sintonia e se tornaram
amigos próximos. Logo ao amanhecer, todos os dias, encontravam-se para cantar,
ler poemas e livros de histórias fantásticas. Quanto mais tempo se passava,
mais sentiam que queriam estar um ao lado do outro. E, assim, o relacionamento
foi se fortalecendo.
Um dia, Yohiro decidiu confessar seus sentimentos a Sakura, pois não
conseguia mais guardar dentro de si mesmo. Também contou quem realmente era, uma
triste árvore atormentada por não conseguir encontrar seu propósito na vida
que, muito em breve, morreria por não conseguir florescer. Impactada com a
repentina confissão de Yohiro, Sakura permaneceu em silêncio.
Mas, o relógio do tempo não parou para Yohiro e o prazo de vinte anos
estava prestes a ser cumprido. Ele tinha se transformado novamente em árvore e se
entristecia a cada dia, pensando em seu inevitável destino. Certa tarde, quando
Yohiro menos esperava, a jovem Sakura apareceu no bosque. Abraçando emocionada
a árvore, também confessou seu amor. Ela não queria que nada de mal lhe
acontecesse, muito menos, aguentaria vê-lo morrer. Foi nesse momento, que a
ninfa celestial reapareceu. A tennyo exigiu uma decisão do casal, ou Sakura
permanecia humana e se despedia de Yohiro, ou se uniria a ele na forma de
árvore. A jovem olhou ao seu redor e lembrou-se com pesar de toda a dor e
sofrimento que testemunhou durante todos esses anos de guerra. Escolheu, então,
fundir-se para sempre a Yohiro.
E o milagre aconteceu. Os dois se tornaram um só. A triste árvore de
outrora, enfim, floresceu. Juntos, transformaram-se na Sakura, a cerejeira em
flor,
a mais bela da floresta. Desde então, seu sincero amor perfuma os campos
e jardins durante o Hanami, a festa das flores que acontece na primavera por
todo Japão.
Agosto – Rapunzel
Agosto – Rapunzel
Bordado por: Corina Damasio
Autor: Irmãos Grimm
Desenho: Murilo Pagani
Contato: corinadamasio@gmail.com
55 (31)99341.3918
Fotografia, arte e
produção: Henry Yu
Era uma vez um casal sem filhos que queria muito uma criança, eram
vizinhos de uma bruxa muito temida, malvada, ciumenta e poderosa. A esposa, ao
fim da gravidez, sentiu um grande desejo por comer rabanetes, variedade de
nabos que só cresciam no pomar da feiticeira. Por uma noite, o marido saiu e
invadiu o pomar para saciar os desejos da esposa, mas na segunda noite,
enquanto escalava a parede para retornar para casa, a malvada bruxa apareceu acusando-o de furto. O homem
implorou por misericórdia, e a velha mulher concordou em absolve-lo desde que a
criança lhe fosse entregue ao nascer. Desesperado, o homem concordou; uma linda
menina nasceu, e foi entregue à bruxa, que nomeou-a Rapunzel (fazendo referência
aos rabanetes que lhe foram roubados).
Quando Rapunzel alcançou doze anos, a bruxa trancafiou-a numa torre
alta, sem portas ou escadas, com apenas uma janela no topo. Quando a bruxa
queria subir a torre, mandava que Rapunzel estendesse suas tranças douradas, e
ela colocava seu cabelo num gancho de modo que a bruxa pudesse subir por ele.
Um dia, um príncipe que cavalgava no bosque próximo ouviu Rapunzel
cantando na torre. Extasiado pela voz, foi procurar a menina, e encontrou a
torre, mas nenhuma porta. Foi retornando frequentemente, escutando a menina
cantar, e um dia avistou uma visita da bruxa, assim aprendendo como subir a
torre.
Quando a bruxa foi embora, pediu que Rapunzel soltasse suas tranças e,
ao subir, pediu-a em casamento. Rapunzel concordou. Juntos fizeram um plano: o
príncipe viria cada noite (assim evitando a bruxa, que a visitava pelo dia), e
trar-lhe-ia seda, que Rapunzel teceria gradualmente em uma escada. Como todos
os dias, o príncipe foi visitar Rapunzel mas a bruxa apanhou-o.
Na raiva, a bruxa cortou as madeixas de Rapunzel e fez-se passar por
ela. Quando o príncipe chegou naquela noite, a bruxa deixou as tranças caírem
para transportá-lo para cima. O príncipe percebeu horrorizado que Rapunzel não
estava mais ali; a bruxa disse que nunca mais a veria e empurrou-o até os
espinhos de baixo, que o cegaram.
Por anos, ele vagou pelas terras devastadas do país e eventualmente
chegou ao deserto onde agora Rapunzel vivia com os gêmeos que ela dera à luz,
um menino e uma menina, filhos do príncipe. Um dia, enquanto ela cantava, ele
ouviu a voz dela novamente e eles se reuniram. Quando eles caíram nos braços um
do outro, as lágrimas dela imediatamente restauraram a visão do amado. Ele
levou Rapunzel e seus gêmeos para o seu reino, onde viveram felizes para
sempre.
Setembro – A Lenda da Princesa Dragão do Lago Tazawa
Setembro – A Lenda da Princesa Dragão do Lago Tazawa
Bordado por: Magda Pina
Autor: Conto japonês
Desenho: Magda Pina
Contato: magdapinaa@gmail.com
Fotografia, arte e
produção: Henry Yu
“Mukashi
Mukashi aru tokoro ni”… Há muitos, muitos séculos, em uma pequena aldeia
montanhosa do Japão, vivia feliz um ancião e sua boa esposa. Certa ocasião, o
velho casal peregrinou até um santuário em agradecimento a “Zenchi no Mikoto”,
o Deus da Graça Divina, pelo dom da longevidade da qual foram contemplados.
Quando caminhavam de volta para casa, avistaram um cesto sendo levado pela
correnteza do rio. Curiosos, pegaram uma vara de pesca abandonada e puxaram o
cesto para a margem.
Assim,
levaram a criança para casa e a trataram com muito carinho. O tempo passou e a
menina transformou-se numa linda moça. Ela era tão bela que todos na aldeia a
chamavam de Hime (Princesa).
Certa vez, o senhor feudal visitou a aldeia durante o
Festival da Colheita. Vendo a jovem dançar durante os festejos, o nobre ficou
impressionado com sua beleza, a requisitando para morar no castelo como uma das
suas concubinas.
Os aldeões ficaram satisfeitos, pois sua ida para a
corte representava prosperidade futura para a aldeia, acreditavam que a garota
poderia interceder junto ao Daimyo para fazer melhorias no vilarejo.
Porém, duas pessoas da aldeia não gostaram. Eram os
irmãos que amavam a gentil menina. Desgostoso, o mais velho foi até o penhasco
e saltou para dentro do lago. Logo a seguir, o irmão mais novo também se atirou
em suas profundas águas. Nesse momento, um dragão surgiu na superfície do lago
e os aldeões pensaram que o jovem se transformara na fera. Na verdade, o dragão
era o pai dos irmãos, Ryuoo, o Rei dos Dragões.
Mas ninguém deu ouvido ao pedido e continuaram cavando
a terra para o plantio, pois estavam desesperados. Se a seca continuasse, todos
morreriam de fome.
O fundo do lago foi todo revolvido pelos homens da
aldeia. A situação despertou a ira de Ryuoo. O Rei dos Dragões ficou tão
irritado com ato insolente que aumentou o nível da água. Suas águas foram
aumentando, aumentando, até causar uma inundação. A correnteza formada carregou
as mudas de arroz para a superfície, levando-as para o antigo campo em terra,
arrastando consigo os corpos dos irmãos mortos que estavam submersos no fundo
do lago.
A jovem Hime ficou desolada ao ver os corpos
desfalecidos dos irmãos, indo implorar a Ryuoo: — Por favor, Rei dos
Dragões, use seus poderes para trazer os dois irmãos de volta à vida.
— Esses dois eram meus filhos, revelou com pesar
Ryuoo, mas nada posso fazer, pois sacrificaram suas vidas por vontade própria.
Somente outro sacrifício pode reverter essa situação.
— Eu amei os dois. Ajude-os em troca de meu
sacrifício. Para dizer a verdade, trago em meu ventre um bebê do irmão mais
velho, confessou Hime em prantos.
— Lembre-se jovem, você, que é tão linda, se entregar
sua vida em sacrifício, jamais poderá retornar à forma humana. Após o ritual,
será para sempre um dragão, uma fera repugnante aos olhos dos homens.
Hime concordou em se transformar em dragão e viver no
fundo do lago ao lado do seu amado que, após voltar à vida, também preferiu
voltar a sua verdadeira forma de dragão. O irmão mais novo adquiriu novamente
forma humana e retornou à aldeia com o bebê de Hime e de seu irmão mais velho
nos braços.
Quinze anos depois, a
criança havia se transformado em uma linda garota. Assim como a mãe, todos da
aldeia a chamavam de Hime (Princesa).
Um dia olhando para o lago,
seu tio disse: — Fomos salvos por sua mãe 15 anos atrás. Ela era tão bela
como você. Aceitou ser transformada em dragão para salvar a minha vida e a de
seu pai. Prometi que retornaria ao lago quando completasse 15 anos. E hoje é o
dia do meu retorno.
Dizendo isso, o irmão mais
novo mergulhou no lago e nunca mais foi visto pelo povo da aldeia.
Hoje, o lago é chamado de
Lago Tazawa, conhecido como “O Lago que nunca congela”. O conto da Princesa
Dragão faz parte das narrativas populares antigas do Japão, conhecidas como “Mukashi
banashi”. Existem muitas lendas em diferentes versões no vasto folclore
nipônico envolvendo Tazawa-ko, o Lago das águas mais profundas da Terra do Sol
Nascente.
Por Caçadores de Lendas
Referências: Adaptação do
Livro: Kaidan “Ghost Stories” of Katsukawa Shunshô and Katsukawa Shun’ei
Outubro – Alice no País da Maravilhas
Outubro – Alice no País da Maravilhas
Bordado por: Alda Andrade
Autor: Lewis Carroll
Desenho: Murilo Pagani,
livremente inspirado em “Alice no País das Maravilhas” de Walt Disney
Contato: aldaluciad@gmail.com
55 (31)99993.1286
Fotografia, arte e
produção: Henry Yu
No País das Maravilhas, Alice encontra uma lagarta fumando um
narguilé em cima de um cogumelo. Ela lhe pergunta quem é e Alice começa a
desabafar sobre todas as transformações que sofreu durante o dia, afirmando que
não sabe mais quem é. A lagarta recomenda que mantenha a calma e diz que um
lado do cogumelo a fará crescer e o outro lado diminuir.
https://www.culturagenial.com/livro-alice-no-pais-das-maravilhas-lewis-carroll/
Novembro – A Estrada Encantada
Bordado por: Marie-Thérèse
Pfyffer
Autor: Alma Chiesa
Desenho: Demóstenes Vargas
Contato: @duo_leones
Fotografia, arte e
produção: Henry Yu
Mil anos atrás, um grande e maravilhoso castelo se erguia sobre as
falésias de Tumivi. Ali passavam poucos veleiros, havia poucas estradas e
nenhuma levava ao castelo. Só se ouvia o murmúrio do mar, o canto dos pássaros,
e o rugido das feras na floresta imensa. O portão de ferro do castelo nunca se
abria. Diziam que lá vivia o mago Paifú com seu tesouro imenso. Diziam também
que mantinha seus inimigos prisioneiros.
Um dia a linda filha do poderoso rei Efredi sumiu do palácio real.
Procuraram por ela em todo o reino, em vão. Desesperado, o rei foi pedir
conselho ao sábio Dagrebi.
– Vejo a princesa atrás de altas
muralhas, perto do mar e de uma floresta imensa – disse o velho sábio com sua
voz fraca e trêmula. – Apenas o violino e o pincel poderão quebrar o encanto.
Busque o violinista, busque o pintor...
– Como se chamam? Onde posso encontrá-los?
– Não sei... – o velho sábio fechou os olhos e pareceu adormecer.
Naturalmente, o rei não acreditou no conselho do sábio. Juntou um
exército de dois mil guerreiros a cavalo e marchou sobre Tumivi. Atraídos pelo
tesouro, outros guerreiros se juntaram a eles, assim como aldeões armados com
facões e bastões, e uma flotilha de barcos de guerra foi pelo caminho do mar.
Depois de um mês avistaram as muralhas da fortaleza. Circundaram as rochas e
começaram a escalar. De repente, surgiu um enorme redemoinho, que arrancou os
homens e os cavalos da terra, os marinheiros e seus barcos do mar, e os lançou,
urrando de terror, para dentro das muralhas. Caiu o silêncio.
Slem o preguiçoso tinha chegado atrasado e tinha visto tudo de longe. Um
homem alto e magro, vestido com uma longa capa verde, e segurando um violino saiu
da floresta. Um segundo homem apareceu, mais novo, vestido de vermelho, com um
pincel na cintura.
– Rápido! Precisamos salvá-los!
O violinista começou a tocar uma melodia estranha e bela. O pintor
colocou uma tela branca num cavalete e, molhando seu pincel no verde da grama e
no azul do mar, em todos os tons das flores reproduziu a paisagem à sua volta. O
violino chamava os desaparecidos e vibrava como se mil instrumentos estivessem
tocando. As árvores se balançavam ao ritmo da música, os animais se aproximaram.
Com uma pincelada azul, o pintor apagou as muralhas da fortaleza. No mesmo
instante uma nuvem escondeu o castelo e se transformou numa estrada azul. Por
ela chegaram cavaleiros, soldados, aldeões, marinheiros, o rei e a princesa, caminhando
como se estivessem sonhando.
De repente apareceu o mago Paifú, tão furioso que chamas e fumaças saíam
de sua boca. O pintor molhou o pincel numa frutinha preta e fez uma mancha
escura na estrada. Abriu-se um buraco no qual o mago sumiu e o silêncio voltou.
O violinista guardou seu instrumento. O pintor apagou o quadro da tela.
Chorando, Slem caiu de joelhos diante destes homens extraordinários:
– Meus senhores, agradeço por vocês terem salvado a mim, ao meu rei, à
princesa e a todos os outros. O rei é poderoso e generoso. Venham comigo ao
palácio para receber as honras e as riquezas que merecem.
– Não preciso das riquezas de seu rei, tenho meu violino.
– Tenho meu pincel, não desejo mais nada.
– Mas... não querem vir ao palácio?
– Não – disseram os artistas. – Nosso palácio é o mundo e temos ainda
muito que fazer.
Espantado, Slem abriu a boca para dizer algo, mas os dois homens já
haviam desaparecido. Escutou, bem longe, o som do violino e, ao olhar para o
céu, pareceu-lhe que um pincel gigante estava pintando a primeira estrela.
Alma Chiesa
Dezembro – O Retorno de Teseu
Bordado por: Rosângela Gualberto
Autor: Mito grego
Desenho: Murilo Pagani
Contato: rosangelagualberto@uol.com.br
55 (31)98772.8302
Fotografia, arte e
produção: Henry Yu
A cada nove anos, o rei de Creta, Minos, exigia que
Atenas enviasse jovens para serem sacrificados ao Minotauro. Teseu, filho do
rei ateniense Egeu, se juntou a estes jovens, decidido a enfrentar o monstro.
Todo dia, Egeu, tinha ficado no alto do penhasco,
fitando o mar, esperando a volta de seu filho. Teseu tinha prometido içar uma
vela branca caso voltasse são e salvo mas, empolgado com seu amor, esquece da
promessa e deixa a vela negra. Assim que avista o barco, Egeu, certo de que seu
amado filho foi morto, joga-se no mar. Por isso o mar Egeu até hoje tem o seu
nome.