Maio: A Lenda de Chico Rei
Bordado por: Silvânia Maria Carvalho de Araújo
Tradição oral de Minas Gerais
Desenho: Murilo Pagani
Contato: silvaniamar@gmail.com
Fotografia, arte e produção: Henry Yu
Conto de Tradição oral mineira.
Em meados do século
XVIII, Chico Rei, também chamado de Calanga, rei do Gongo, na África, foi
capturado em combate, escravizado e trazido para o Brasil. Galanga e seu filho
sobreviveram a viagem e foram vendidos para uma fazenda em Vila Rica, Minas
Gerais. Ele foi batizado com nome de Francisco, recebendo o apelido de Chico.
Homem trabalhador,
disciplinado, digno, não se revoltou, mas focou na bateia em busca de pepitas
de ouro para comprar sua liberdade. Com muita obstinação, juntou dinheiro para comprar
sua carta de alforria. Primeiro comprou a liberdade de seu filho que, por sua
vez, trabalhou para comprar a do Pai.
Juntos, trabalharam duro
para comprar a liberdade dos escravos que pertenciam a mesma nação africana que
eles. Esse movimento aumentava a cada escravo alforriado. Com seu povo liberto,
Chico tornou-se rei de sua gente em terras mineiras. Surgia uma cidade dentro
de Vila Rica, a cidade de Chico Rei organizada com justiça e competência. Contam
as lendas que Chico Rei, tornou-se um homem rico, o único a possuir uma mina de
ouro, comprada de seu antigo patrão. Mina abandonada que tornou-se rentável nas
mãos de Chico e seu grupo.
Chico Rei tinha na fé um
alicerce, construindo a igreja de Nossa Senhora do Rosário e comemorando as
datas religiosas com procissões seguidas por sua família e seu povo. Na saída
da missa, o grupo cantava e dançava cantando músicas africanas. A partir dessas
comemorações surgiram as congadas, que persistem até os dias atuais.
A lenda de Chico Rei reforça
a força do povo africano nas terras brasileiras.
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