Janeiro
Rapunzel
Bordado por: Regina
Celi de Deus Vieira Cavalcanti Silva
Autor: Irmãos Grimm
Desenho e montagem: Carla
Rodrigues Andrade
Contato: reginacelicavalcanti@gmail.com
55 (31)99953.8711
Fotografia,
arte e produção: Henry Yu
Rapunzel
Era uma vez um casal que queriam muito
ter um filho. Quando finalmente atingiu essa graça, ocorreu que a mãe foi
tomada por um clássico desejo de grávida: queria comer uns “raponços” (legume
para salada), que cresciam no jardim da vizinha, conhecida como uma perigosa
feiticeira. Tanto incomodou seu marido, lamentando que morreria caso seu desejo
não fosse satisfeito, que ele se dispôs a correr o risco de colher o vegetal. A
primeira porção só incitou a mulher a exigir mais, motivo pelo qual ele se empreendeu
uma segunda excursão ao jardim da bruxa. Dessa vez, ele se deu mal, foi surpreendido
pela dona da casa, obrigado a explicar seus propósitos e somente saiu vivo e
carregado dos legumes tão cobiçados – porque foi coagido a prometer a filha que
nasceria para a perversa mulher em troca destes legumes.
Assim que nasceu, a menina foi recolhida
por esta estranha madrasta que a batizou de Rapunzel, numa alusão aos raponços
pelos quais fora trocada. Tão grande era o apego da bruxa à Rapunzel que,
quando ela atingiu a idade de 12 anos, se tornando uma bela jovem, foi colocada
numa torre sem portas para que ninguém a visse. O único acesso aos aposentos de
Rapunzel era por meio de suas próprias tranças. A bruxa madrasta chegava ao pé
da torre e gritava a frase :
“Rapunzel,
Rapunzel! Jogue suas tranças!” Pelos cabelos da moça, ela subia. A visita da
bruxa era o único contato de Rapunzel com o mundo externo.
Um príncipe que cavalgava num
bosque próximo ouviu uma voz cantando. Não descansou enquanto não
descobriu a fonte da música que o encantara. Encontrou uma bela jovem cantando
no alto da a torre, sem porta. Retornando frequentemente, escutando a menina
cantar, um dia avistou uma visita da bruxa, assim aprendendo como subir a
torre. Quando a bruxa foi embora, pediu que Rapunzel jogasse suas tranças e, ao
subir, contornou o susto da moça que jamais vira um estranho, garantindo-lhe
que a amaria mais do que qualquer um. Assim começou um romance que só poderia
terminar em um plano de fuga. Que nas visitas do príncipe, ele lhe traria seda,
que Rapunzel teceria gradualmente em uma escada para descer da torre.
A bruxa acabou descobrindo o plano dos
dois e preparou uma armadilha para o príncipe. Na raiva, a bruxa cortou as
madeixas de Rapunzel e fez-se passar por ela. Quando o príncipe chegou, a bruxa
deixou as tranças caírem para transportá-lo para cima. O príncipe percebeu
horrorizado que Rapunzel não estava mais ali, a bruxa dizendo a ele que nunca
mais veria a moça, o empurrou para os espinhos no jardim da torre que o cegaram.
Por anos, ele vagou pelas terras
devastadas do país e eventualmente chegou ao deserto onde Rapunzel vivia com os
gêmeos a quem ela dera à luz, um menino e uma menina, filhos do príncipe. Um
dia, enquanto ela cantava, ele ouviu a voz dela novamente e eles se
encontraram. Caíram nos braços um do outro, as lágrimas dela imediatamente
restauraram a visão do amado.
Ele levou Rapunzel e os gêmeos para o
seu reino, onde eles viveram felizes para sempre.
Referência
bibliográfica – Fadas no divã - Diana Lichtenstein Corso e Mário Corso –Artmed
– Porto Alegre – 2006.