quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Maio 


Bordado por:  Regina Drumond
Conto:  O País do Nim
Autor:  Walmir Ayala
Desenho: Regina Drumond
Contato: reryreine@gmail.com
Fotografia, arte e produção: Henry Yu


O Pais do Nim 

Era assim no Pais do Nim. Nem não, nem sim.
A porta do País do Nim era de algodão. O clima não era frio nem quente, e as  pessoas não sabiam como se vestir, pois naquele país o sol não aquecia, nem o frio esfriava. Com os guarda chuvas abertos todos esperavam pela chuva ou pelo sol de verão. E... nem a chuva caía, nem o sol aparecia no Pais do Nim. 
Um  belo dia, um menino, um unicórnio e uma moça chegaram até a porta de algodão daquele pais, e... entraram. A estrada não era assim nem assado, era em forma de uma flor de lis. O unicórnio apontando o nariz, cheirou o ar procurando pelo olfato descobrir qual era o charme daquele país. Naquele momento, ficou completamente indeciso sobre o que fazer.
O menino, encostando o ouvido no chão, disse - Estou ouvindo  passos  de  gigantes... seriam eles os habitantes do país do NIm?  E, sem  tempo  da menina responder sim, apareceu um grande rosto de bochechas vermelhas e com grandes olhos azuis. O unicórnio ficou invisível e, imediatamente, a menina abraçou o menino quando apareceu uma grande mão como se fosse uma ponte. E... a menina  e o menino subiram naquela grande mão, que os elevou a altura dos olhos. O gigante era tão alto que a terra  desapareceu. A moça ao perguntar: - Quem é você? teve como resposta: - Eu sou o rei do País do Nim (que significa Não e Sim) - Quer  nos mostrar o seu país?  ela  novamente perguntou e ele disse : - NIm. Naquele instante tudo parou. O rei do país do Nim começou a rir, chegou a rolar no chão e a chorar de tanto rir. A moça e o menino saltaram da grande  mão do gigantesco rei do pais do Nim e ouviram a voz do unicórnio invisível que dizia: - Fujam... fujam para dentro do bosque de Bombril. 
A  moça e o menino obedeceram e passaram aquela noite no pais do Nim. A  floresta de  Bombril era fria, e o unicórnio apareceu e soprou um ar perfumado e um sopro quente sobre eles. Na manhã seguinte perguntaram para as flores de Bombril se eram elas que limpavam as panelas do País do Nim e, como resposta, ouviram : - Nim. O menino e a moça e o unicórnio passaram entre os arbustos como se fossem os macacos num armário de louças. O Bombril, parado como uma mata escura, parecia ser a palha de aço de um jardim de lata. Finalmente... chegaram ao fim do pais do Nim. Naquele momento apareceram algumas crianças com olhar de sem fim, batendo palmas. O menino perguntou se elas estavam felizes e teve como resposta: - Nim (que quer dizer nem não nem sim). O unicórnio perguntou se elas queriam ir com eles e teve como resposta: - Nim. Estas crianças andam, param, choram e sorriem. Não vão para a rua nem sabem se ali moram e, com um olhar triste, dizem: Nim, mostrando  que são os indecisos do país do Nim. 
Finalmente, o menino, o unicórnio e a moça chegam em uma ponte de alfenim, quando  a moça fala: - Se pensarmos muito, estaremos perdidos porque cairemos no abismo do pais do Nim. E, naquele instante, o unicórnio toma a cor azul brilhante como cetim e dele saem duas asas brancas. E ele diz:  - Venham, subam! vamos voar acima do medo pelo pais do Nim. O menino e a moça sobem na garupa do unicórnio e voam sobre a ponte sem tocar o doce, passando pelos ares turvos do pais do Nim. E, com aquele feliz voo, chegam finalmente ao bosque florido do pais do Sim.
E com o Sim andam nas cirandas, cantam nos corais, abraçam as velas dos barcos, deslizam sobre os montes de areia e, cansados, adormecem com sonos e sonhos. E... assim bebem as belezas do país do Sim... até o fim.

Regina Drumond
O País do Nim
Walmir Ayala

O pais do Nim. Walmir Ayala
Editora Villa Rica –  BH e RJ


Nenhum comentário:

Postar um comentário