quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Janeiro - A Festa no Céu

A Festa no Céu

Bordado por:  Zélia Melo

Conto:  A Festa no Céu

Autor:  Conto Brasileiro

Desenho: Murilo Pagani

Contato: melozelia@terra.com.br / @melo_zelia_bordados

 55 (31) 99984 5072

Fotografia, arte e produção: Henry Yu

 

Quem já observou com atenção um sapo, certamente notou sua feiura. Boca grande, olhos esbugalhados, pele áspera e fria, verrugas por toda parte e corpo achatado, como se alguém tivesse pisado sobre ele. Que mal terá feito essa pobre criatura, para ser tão feia assim?

Certa vez, uma grande festa no céu reuniu muitos convidados. Naturalmente, para chegar até lá, em uma festança nas alturas, era necessário saber voar. Por isso, somente as aves poderiam participar. O sapo, porém, cismou que também iria à festa. Mas, como sapo não sabe voar, foi elaborado um plano envolvendo um grande urubu.

No dia da festa, a enorme ave negra foi visitar o sapo, que a havia convidado exatamente para poder executar seu plano. À vontade, o urubu conversava entretido com a dona sapa. Enquanto isso, com a desculpa de ter que ir na frente, pois andava muito devagar, o sapo se enfiou sorrateiramente na viola que o urubu levaria para animar a festa. E, pacientemente, aguardou a hora de viajar.

Sem desconfiar da trama sapal, o urubu alçou voo com a viola a tiracolo, rumo ao céu. Chegando na festa, em um momento de distração do feliz urubu, o sapo espertalhão saltou para fora da viola e surpreendeu a todos com sua presença no folguedo celeste.

Durante toda a noite, divertiu-se a valer. Quando a festança chegava ao final, o maroto aproveitou a confusão e meteu-se de novo na viola do urubu. Mas, cansado de esperar e impaciente para chegar logo em casa, o sapo começou a se mexer dentro da viola.

Durante o voo, um barulho estranho chamou atenção do urubu. Percebendo que havia alguma coisa dentro da viola, imediatamente virou o instrumento de boca para baixo e, espantado, observou o sapo despencar como uma pedra das alturas.

A queda foi tremenda. Um verdadeiro tombo do céu. O bicho ainda tentou voar, mas, como sapo não voa, esborrachou-se de encontro ao chão. Desde então ficou assim: boca enorme de tanto gritar, olhos esbugalhados de pavor e o corpo todo amassado, cheio de dobras e manchas, o que restou do maior tombo de sua vida.

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