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Desenho: Fátima Coelho
A lenda é típica da região sul do Brasil. A gralha
azul é a ave replantadora da araucária, um tipo de pinheiro, e tem a missão
divina de ajudar na disseminação desta árvore. Durante o outono, os bandos de gralhas
azuis pegam os pinhões, frutos das araucárias, e os estocam no solo ou em
pedaços de árvores apodrecidos no chão. Neste processo, favorecem o nascimento
de novas árvores.
De acordo com a lenda, há muito tempo, existiam apenas
gralhas pardas. Mas um dia, uma gralha parda resolveu pedir para Deus uma
missão que a tornasse útil e importante. Deus lhe deu um pinhão, que a gralha
pegou com seu bico, com toda força e cuidado. Ela abriu o fruto e comeu a parte
mais fina. A outra parte mais gordinha resolveu guardar para depois, enterrando-a
no solo. Alguns dias depois, ela procurou no local onde havia enterrado o
restante do pinhão mas não encontrou nada.
O tempo passou e, um dia, a gralha percebeu que onde
havia enterrado o fruto, estava nascendo uma pequena araucária. Então, muito
feliz, cuidou daquela árvore com todo amor e carinho. Quando o pinheiro cresceu
e deu frutos, ela começou a comer uma parte dos pinhões e enterrar a parte mais
gordinha que guardava a semente, dando origem a novas araucárias. Em pouco
tempo, conseguiu cobrir grande parte do sul do pais com milhares de pinheiros,
dando origem à floresta de Araucária.
Quando Deus viu o trabalho da gralha azul, resolveu
dar-lhe um prêmio: pintou suas penas da cor do céu, para que todos pudessem
reconhecer naquele pássaro seu esforço e sua dedicação. Assim a gralha, que era
parda, transformou-se em Gralha Azul.
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