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Bordado por Zélia Melo |
Um dia de inverno,
Pedro passeava pelas ruas cobertas de neve no seu pequeno trenó quando viu passar
um grande trenó branco. Enganchou o seu trenó naquele e foi arrastado numa
corrida vertiginosa. Logo viu, com terror, o misterioso veículo sair das
muralhas da cidade e precipitar-se pelos campos. Por fim, o trenó se deteve e
dele desceu a Rainha das Neves, completamente vestida de branco, que se
inclinou para o menino e lhe deu um beijo gelado. Ao sentir aquele beijo, Pedro
adormeceu. A Rainha o tomou nos braços e o levou ao seu longínquo país.
Os dias passaram e
Gerda esperava Pedro, que não voltava. Afinal, resolveu ir procurá-lo pelo
mundo. Dirigiu-se para o rio, subiu numa barquinha e deixou-se levar pela
correnteza. A embarcação, depois de muito navegar, foi deter-se num jardim cheio
de flores onde havia uma velha, que acolheu carinhosamente a menina Gerda e a
conduziu a uma pequena casa feita de vidros coloridos. Ali penteou-a com um
pente mágico e a menina se esqueceu de tudo e ficou naquele jardim encantado
vivendo muito feliz. Um dia, entretanto, viu umas rosas, que lhe recordaram o
roseiral que plantara com a ajuda de Pedro na pequena sacada de sua casa. Então
lhe veio à mente a lembrança do amigo desaparecido. Resolvida a encontrá-lo,
fugiu para o bosque e caminhou muito, sem sentir-se cansada, até que encontrou
uma menina, que morava numa casa meio em ruínas. A desconhecida, ao ouvir a
história de Gerda, quis ajudá-la e levou-a para sua casa, onde perguntou aos
pombos, pousados no telhado, se sabiam alguma coisa a respeito de Pedro. “Sim!”
responderam eles, “A Rainha das Neves o levou com ela”.
A menina do bosque
deu-lhe, então, um magnífico cervo, que possuía havia tempo, dizendo ao animal:
“Devolvo a sua liberdade mas, em troca, leve esta minha amiga ao palácio da
Rainha das Neves, que se acha em seu país.” Em seguida, ajudou Gerda a montar no
animal, que partiu em disparada. Atravessaram campos, bosques, pântanos e, por
fim, chegaram à Finlândia, onde estava situado o castelo da Rainha e o cervo
fez a menina descer no jardim.
Ao ficar sozinha,
Gerda viu caírem a seu redor grandes flocos de neve, que se juntaram, procurando
afogá-la. Mas a menina rezou com fervor e, imediatamente, tudo se acalmou.
Então, a menina entrou no castelo, onde encontrou Pedro, que estava só e não a
reconheceu. Gerda o abraçou, chorando, e suas lágrimas penetraram no coração do
menino, fizeram sair o fragmento do espelho que havia encravado nele. Pedro
também chorou e, desse modo, o outro fragmento que havia penetrado nos seus
olhos, também saiu. O menino, só então, reconheceu sua pequena amiga e com ela
fugiu daquela prisão gelada. O cervo os esperava para levá-los de volta ao seu
país.
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