![]() |
Bordado por Ilka Finotti |
Sentada no jardim
com sua irmã, Alice vê passar o Coelho Branco de colete, apressadíssimo,
carregando um relógio de bolso. Segue-o até à sua toca, entra atrás dele e cai
num poço profundo com paredes cobertas de prateleiras cheias de objetos
estranhos e livros. Finalmente aterrissa segura num átrio onde vê uma mesinha
de vidro e, em cima dela, uma pequena chave dourada. Ela descobre que a chave
abre uma pequena porta que dá para um lindo jardim. No entanto, a porta é muito
pequena para ela conseguir passar. Alice bebe de uma pequena garrafa com uma
etiqueta BEBA-ME e diminui de tamanho. Infelizmente, esqueceu a chave em cima
da mesa e agora não consegue alcançá-la. Descobre debaixo da mesa uma caixinha
com um bolo com as palavras COMA-ME e, ao comê-lo, o tamanho de Alice aumenta e
ela fica enorme.
Alice cresce até
atingir nove metros de altura. Chora tanto que cria um lago de lágrimas. O
Coelho Branco atravessa o átrio e, ao ver Alice tão grande, foge deixando cair
as luvas e o leque que trazia. Alice os apanha do chão, e como faz calor, não para
de refrescar-se com o leque o que, sem que ela perceba, reduz a sua altura;
felizmente ela para de abanar-se antes de desaparecer totalmente. Entretanto
escorrega e mergulha até ao pescoço no lago de lágrimas que ela própria criou.
Aí encontra o Rato que a ajuda a atravessar. Na margem encontram uma grande
quantidade de animais, todos molhados, que tentam arranjar uma solução para
secarem seus pêlos e suas penas. Um dodo decide que os todos devem correr em
círculos.
O Coelho Branco
passa por Alice e, confundindo-a com a sua empregada, fica bravo e ordena que vá
até sua casa e traga imediatamente umas luvas e um leque. Assustada, Alice obedece.
No quarto do Coelho Branco ela encontra uma garrafa, que ela bebe porque está
cansada de ser to pequena. O seu tamanho aumenta até ela ocupar toda a casa, um
braço saindo pela janela e um pé pela chaminé. Impedido de entrar, o Coelho
Branco manda o seu servo, um lagarto chamado Bill, entrar pela chaminé, mas
Alice lhe dá um pontapé que o faz voar longe. O Coelho Branco começa a atirar
pedras para a janela que, quando caem no chão, transformam-se em bolos com uma
aparência deliciosa. Alice come alguns e fica pequena de novo. Consegue sair da
casa e foge para um denso bosque, onde encontra a Lagarta Azul sentada num
cogumelo, fumando calmamente o seu cachimbo de água.
A Lagarta Azul ensina
que um dos lados do cogumelo faz crescer e a outra diminuir. Alice tenta
primeiro o lado direito e diminui tanto de altura que até acerta com a cabeça
nos próprios pés. Experimenta então o lado esquerdo e cresce de tal forma que
atinge a copa de uma árvore. Imediatamente come mais um pedaço do cogumelo e
volta ao seu tamanho normal.
Alice encontra o
Gato de Cheshire e lhe pergunta que caminho seguir. O gato diz que se ela não
sabe onde ir, qualquer caminho serve, acrescentando
que todos são loucos, inclusive ele próprio e Alice, e sugere que ela faça uma
visita ao Chapeleiro Maluco. E desaparece lentamente, deixando apenas o seu
sorriso.
Alice chega numa
festa de chá louca, onde estão presentes o Chapeleiro Maluco, o Coelho Branco, a
Lebre de Março e o Arganaz, que fica dormindo. O Chapeleiro Maluco revela que
vive bebendo chá porque o Tempo parou às 6 da tarde, a hora do chá. Todos eles falam
coisas sem pé nem cabeça e desafiam Alice com enigmas lógicos que não têm
resposta. Alice sente-se insultada e cansada e sai afirmando que esta era a
festa mais estúpida em que já tinha ido. Mais adiante abre uma porta no tronco
de uma árvore e, chega no átrio inicial. Desta vez, destranca primeiro a
pequena porta, depois come um pedaço do cogumelo que estava guardado no seu
bolso, e entra finalmente no tão desejado jardim.
No jardim vê três
cartas de um baralho discutindo entre si enquanto pintam rosas brancas com
tinta vermelha, dado que a Rainha de Copas odeia rosas brancas. Mas são interrompidos
por uma procissão de cartas, onde estão presentes os reis, as rainhas e
até mesmo o Coelho Branco. Alice conhece então o Rei e a Rainha de Copas. A
Rainha é sempre de mau humor e grita “Cortem-lhe a cabeça!” assim que alguém
lhe desagrada. Alice é convidada para jogar uma partida de críquete com a
Rainha e o resto dos seus súbitos. Mas o jogo é um caos porque usam flamingos vivos
como marretas, ouriços vivos como bolas e cartas vivas como balizas. Aparece a
cabeça do Gato de Cheshire e a Rainha de Copas ordena que seja decapitado. Mas
o capataz se recusa a cortar cabeças sem corpo.
O Valete de Copas é
levado a julgamento, acusado de roubar as tortas da Rainha. No jurado há doze
animais, incluindo o lagarto Bill; o juiz é o Rei de Copas e o cargo de oficial
de diligências é desempenhado pelo Coelho Branco. A primeira testemunha é o
Chapeleiro Maluco, que não ajuda em nada, mas torna o Rei impaciente. A segunda
testemunha é uma cozinheira. A outra testemunha é a própria Alice que, desde o
início do julgamento, começou a crescer novamente e derruba acidentalmente os
jurados.
O Rei ordena que “todas
as pessoas de dois quilômetros de altura” saíssem, mas Alice se recusa a
obedecer. A Rainha ordena tipicamente “Cortem-lhe a cabeça!” Alice não tem medo
porque já é muito alta e eles, afinal, são apenas um baralho de cartas. Nisto o
baralho todo ataca.
Ela se debate e, de repente, acorda deitada no
colo da irmã, que está tirando do seu rosto folhas que caíram. Alice lhe conta
tudo o que aconteceu no seu estranho sonho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário