segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Maio - Os Sete Novelo

 


Maio - Os Sete Novelo

Bordado por: Silvânia Maria C. de Araújo

Autor: Angela Shelf Medearis

Um conto de Kwanzaa

Desenho: Demóstenes Vargas

Contato: silvaniamar@gmail.com

Fotografia, arte e produção: Henry Yu

 

Os Sete Novelos

Numa pequena aldeia africana do país de Gana, viviam um senhor e seus sete filhos. Depois da morte da esposa o homem tornou-se mãe e pai dos meninos. Mas era decepcionado com os filhos, que viviam brigando sobre qualquer tipo de assunto, o que plantar, comer, sem um momento de paz no lar.

Um dia o pai morreu. Na manhã seguinte, o chefe da aldeia do povo axânti convocou os irmãos para uma reunião. Iniciou-se uma discussão e uma briga, com muitos empurrões, sobre para quem o pai deixara a herança.

 

O líder da aldeia ordenou que parassem de discutir e revelou que o pai decretou que todas as posses fossem divididas igualmente. Mas, primeiro eles teriam que aprender a fazer ouro com sete novelos de fios de seda até que a lua surgisse na noite. Caso não conseguissem seriam expulsos de casa como mendigos.

Cada um dos irmãos recebeu um novelo de cor diferente: azul, vermelho, amarelo, laranja, verde, preto e branco. Pela primeira vez, os irmãos ficaram quietos.

O chefe disse que eles não poderiam mais discutir e erguer o braço um para outro. Se o fizessem, as posses do pai seriam distribuídas entre os aldeões mais pobres.

Desse instante, os irmãos pararam de brigar e sentaram lado a lado, deram as mãos e selaram a paz entre eles. A paz reinou na casa. Eles pegaram os novelos, esperando que tivessem pedaços de ouro, mas o que viram foram lindas e brilhantes cores à luz do sol. A partir desse momento surgiu a ideia de fazer um tecido multicolorido com os diversos fios de cores. Os sete irmãos começaram a trabalhar. Juntos, cortaram madeira para fazer um tear, cada um ajudando ao outro. Em pouco tempo, tinham várias peças de lindos tecidos multicoloridos.

Os irmãos foram à praça do mercado da aldeia e começaram a vender o tecido. O tecido colorido cintilou como um arco-íris, atraindo uma multidão ao seu redor. Todos ficaram encantados com a beleza das peças. Os irmãos sorriam orgulhosos.

De repente, surgiu o tesoureiro do rei, que encantado com a beleza do tecido, comprou tudo, derramando várias peças de ouro. Os sete irmãos correram em direção do chefe e esparramando ouro pela cabana.

Eles falaram que trabalharam juntos e não tiveram tempo para discutir e brigar.

Os irmãos mais velhos comemoraram, contudo, os mais novos ficaram preocupados com a situação dos pobres da aldeia.

O chefe disse que eles tinham aprendido a lição.

Então, eles ensinaram o povo a tecer tecidos coloridos. A aldeia tornou-se famosa e próspera por seus tecidos multicoloridos. Desde esse dia, em memória de seu pai, os irmãos não discutiram, não brigaram, passaram a trabalhar juntos, em harmonia, no cultivo da terra.


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