Maio - Os Sete Novelo
Bordado
por: Silvânia Maria C. de Araújo
Autor:
Angela Shelf Medearis
Um
conto de Kwanzaa
Desenho:
Demóstenes Vargas
Contato:
silvaniamar@gmail.com
Fotografia,
arte e produção: Henry Yu
Os Sete Novelos
Numa pequena aldeia africana do país de Gana, viviam um senhor e seus sete filhos. Depois da morte da esposa o homem tornou-se mãe e pai dos meninos. Mas era decepcionado com os filhos, que viviam brigando sobre qualquer tipo de assunto, o que plantar, comer, sem um momento de paz no lar.
Um dia o pai morreu. Na manhã seguinte, o chefe da aldeia do povo axânti convocou os irmãos para uma reunião. Iniciou-se uma discussão e uma briga, com muitos empurrões, sobre para quem o pai deixara a herança.
O
líder da aldeia ordenou que parassem de discutir e revelou que o pai decretou
que todas as posses fossem divididas igualmente. Mas, primeiro eles teriam que
aprender a fazer ouro com sete novelos de fios de seda até que a lua surgisse
na noite. Caso não conseguissem seriam expulsos de casa como mendigos.
Cada um dos irmãos recebeu um novelo de cor diferente: azul, vermelho, amarelo, laranja, verde, preto e branco. Pela primeira vez, os irmãos ficaram quietos.
O chefe disse que eles não poderiam mais discutir e erguer o braço um para outro. Se o fizessem, as posses do pai seriam distribuídas entre os aldeões mais pobres.
Desse instante, os irmãos pararam de brigar e sentaram lado a lado, deram as mãos e selaram a paz entre eles. A paz reinou na casa. Eles pegaram os novelos, esperando que tivessem pedaços de ouro, mas o que viram foram lindas e brilhantes cores à luz do sol. A partir desse momento surgiu a ideia de fazer um tecido multicolorido com os diversos fios de cores. Os sete irmãos começaram a trabalhar. Juntos, cortaram madeira para fazer um tear, cada um ajudando ao outro. Em pouco tempo, tinham várias peças de lindos tecidos multicoloridos.
Os irmãos foram à praça do mercado da aldeia e começaram a vender o tecido. O tecido colorido cintilou como um arco-íris, atraindo uma multidão ao seu redor. Todos ficaram encantados com a beleza das peças. Os irmãos sorriam orgulhosos.
De repente, surgiu o tesoureiro do rei, que encantado com a beleza do tecido, comprou tudo, derramando várias peças de ouro. Os sete irmãos correram em direção do chefe e esparramando ouro pela cabana.
Eles falaram que trabalharam juntos e não tiveram tempo para discutir e brigar.
Os
irmãos mais velhos comemoraram, contudo, os mais novos ficaram preocupados com
a situação dos pobres da aldeia.
O chefe disse que eles tinham aprendido a lição.
Então, eles ensinaram o povo a tecer tecidos coloridos. A aldeia tornou-se famosa e próspera por seus tecidos multicoloridos. Desde esse dia, em memória de seu pai, os irmãos não discutiram, não brigaram, passaram a trabalhar juntos, em harmonia, no cultivo da terra.
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