sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Contos do Calendário 2013 - A Bela e a Fera - Janeiro


Para aqueles que gostam de uma boa estorinha, segue uma versão resumida dos contos que bordamos no nosso Calendário 2013:


A Bela e a Fera
conto francês
Há muitos anos, em uma terra distante, viviam um mercador e suas três filhas . A mais jovem era a mais linda e carinhosa, por isso era chamada de Bela.
Um dia o pai teve que viajar para longe a negócios. Reuniu as suas filhas e disse:
— Não ficarei fora por muito tempo. Quando voltar trarei presentes para todas. O que vocês querem?
As irmãs de Bela pediram coisas caras, enquanto ela permanecia quieta. O pai se voltou para ela, dizendo :
— E você, Bela, o que quer ganhar?
— Quero uma rosa, querido pai, porque neste país elas não crescem, - respondeu Bela, abraçando-o forte.
O homem partiu, conclui os seus negócios e pôs-se na estrada para a volta. Tanta era a vontade de abraçar as filhas que viajou sem parar. Mas, no meio de uma mata, foi surpreendido por uma furiosa tempestade, que lhe fez perder o caminho. Desesperado, começou a vagar em busca de uma pousada quando, de repente, avistou uma luz. Com as forças que lhe restavam dirigiu-se para lá e chegou a um magnífico palácio, o qual tinha o portão aberto e parecia convidá-lo a entrar. Descobriu um interior suntuoso, ricamente iluminado e mobiliado. O mercador ficou defronte da lareira para enxugar-se e percebeu que havia uma mesa posta para uma pessoa. Extenuado, sentou-se e esperou. Como ninguém chegava, ele se alimentou. A comida estava quente e saborosa, e o vinho delicioso. Num quarto vizinho descobriu uma cama acolhedora, onde se esticou, adormecendo logo. Ao acordar de manhã, encontrou vestimentas limpas e uma refeição farta. Descansado e satisfeito, o pai de Bela saiu do palácio, perguntando-se por que não havia encontrado ninguém. Perto do portão viu uma roseira com lindíssimas flores e, lembrando-se da promessa feita a Bela, parou e colheu a mais perfumada. Ouviu, de repente, um rugido pavoroso e viu um ser monstruoso que lhe disse:
— É assim que paga a minha hospitalidade, roubando as minhas rosas? Para castigar você, sou obrigado a matá-lo!
O mercador jogou-se de joelhos, suplicando-lhe para ao menos deixá-lo ir abraçar as filhas uma última vez. A Fera lhe fez então a seguinte proposta: emprestava-lhe um cavalo e, dentro de uma semana devia voltar, ou uma de suas filhas em seu lugar. O homem foi obrigado a aceitar. Chegando em casa, apavorado e infeliz, contou tudo para as filhas. Bela disse:
— Foi por minha causa que o senhor provocou a ira do monstro. É justo que eu vá...
De nada valeram os protestos do pai, Bela estava decidida. Passados os sete dias, partiu para o misterioso destino. Chegada à morada do monstro, encontrou tudo como lhe havia descrito o pai. Pôs-se então a visitar o palácio, onde não viu alma viva. Mas qual não foi a sua surpresa, quando leu numa belíssima porta a inscrição em letras douradas "Apartamento de Bela". Entrou e se encontrou em uma luminosa e esplêndida ala do palácio. Das janelas tinha uma encantadora vista do jardim. De noite a Fera apareceu e lhe disse com jeito gentil e suplicante:
— Sei que tenho um aspecto horrível e peço desculpas; mas não sou mau e espero que a minha companhia, um dia, possa lhe ser agradável. Por enquanto, queria que me honrasse com sua presença no jantar.
Um pouco menos temerosa, Bela compreendeu que a Fera não era tão malvada e consentiu. Depois do jantar, a Fera a pediu em casamento. Apavorada, ela recusou e fugiu para o seu quarto.
Passaram-se muitas semanas. Todas as noites jantavam juntos e a Fera fazia o mesmo pedido.  Bela sempre recusava, mas sentia cada dia mais afeição por aquele estranho ser, que sabia revelar-se muito gentil, culto e educado.
Uma noite, a Fera viu que Bela estava preocupada. Quando lhe perguntou por quê, ela disse estar com muita saudade do pai e com vontade de ir para casa. A Fera pensou um pouco, mas tanto era o amor que tinha por ela que, ao final, deixou-a ir, fazendo-a prometer que voltaria após sete dias. Quando o pai viu Bela, não acreditou nos próprios olhos, pois a imaginava já devorada pelo monstro. Cobriu-a de beijos e ela contou tudo sobre a sua vida com a Fera. As irmãs sentiram muito ciúme e impediram Bela de voltar no dia marcado.
Quando ela finalmente chegou ao palácio, procurou ansiosa pela Fera. Finalmente a encontrou, deitada perto da roseira. Estava morrendo. Então Bela a abraçou forte, chorando, e suplicou:
— Oh! não morra! Acreditava sentir por você apenas uma grande estima, mas sofro tanto que sei que amo você.
Ao ouvir estas palavras a Fera abriu os olhos e deu um sorriso radioso. Com grande espanto, Bela a viu transformar-se em um lindo jovem, o qual a olhou comovido e disse:
— Um malvado encantamento me havia preso naquele corpo monstruoso. Podia vencê-lo somente fazendo uma moça apaixonar-se e você é a escolhida. Quer casar comigo agora?
Bela não o fez repetir o pedido e a partir de então viveram felizes e apaixonados.

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