domingo, 28 de novembro de 2010
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Convite para o 2º Bazar
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Fotos do Lançamento do Calendário - Café Book
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Convite para o Lançamento do Calendário
Um Ano de Contos de Fadas, este é o tema que trabalhamos, uma verdadeira obra de arte realizada por doze bordadeiras do Ateliê de Arte Terapia Caminho dos Sonhos.
***
***
Data: 10 de Novembro de 2010 - Quarta feira.
Horas: à partir das 18:30hs
Local: Livraria Café Book - Rua Padre Rolim, 616 - Funcionários
(esquina da Av. Brasil com a rua Ceará. Fica a um quarteirão da feira das flores)
Contamos com a sua presença!
Branca de Neve

Um dia, a rainha de um reino bem distante bordava perto da janela do castelo, uma grande janela com batentes de ébano, uma madeira escuríssima. Era inverno e nevava muito forte.
A certa altura, a rainha desviou o olhar para admirar os flocos de neve que dançavam no ar; mas com isso se distraiu e furou o dedo com a agulha.
Na neve que tinha caído no beiral da janela pingaram três gotinhas de sangue. O contraste foi tão lindo que a rainha murmurou:
— Pudesse eu ter uma menina branquinha como a neve, corada como sangue e com os cabelos negros como o ébano…
Alguns meses depois, o desejo da rainha foi atendido.
Ela deu à luz uma menina de cabelos bem pretos, pele branca e face rosada. O nome dado à princesinha foi Branca de Neve.
Mas quando nasceu a menina, a rainha morreu. Passado um ano, o rei se casou novamente. Sua esposa era lindíssima, mas muito vaidosa, invejosa e cruel.
Um certo feiticeiro lhe dera um espelho mágico, ao qual todos os dias ela perguntava, com vaidade:
— Espelho, espelho meu, diga-me se há no mundo mulher mais bela do que eu.
E o espelho respondia:
— Em todo o mundo, minha querida rainha, não existe beleza maior.
O tempo passou. Branca de Neve cresceu, a cada ano mais linda…
E um dia o espelho deu outra resposta à rainha.
— A sua enteada, Branca de Neve, é agora a mais bela.
Invejosa e ciumenta, a rainha chamou um de seus guardas e lhe ordenou que levasse a enteada para a floresta e lá a matasse. E que trouxesse o coração de Branca de Neve, como prova de que a missão fora cumprida.
O guarda obedeceu. Mas, quando chegou à mata, não teve coragem de enfiar a faca naquela jovem inocente que nunca fizera mal a ninguém.
Deixou-a fugir. Para enganar a rainha, matou um veadinho, tirou o coração e entregou-o a ela, que quase explodiu de alegria e satisfação.
Enquanto isso, Branca de Neve fugia, penetrando cada vez mais na mata, ansiosa por se distanciar da madrasta e da morte.
Os animais chegavam bem perto, sem a atacar; os galhos das árvores se abriam para que ela passasse.
Ao anoitecer, quando já não se agüentava mais em pé de tanto cansaço, Branca de Neve viu numa clareira uma casa bem pequena e entrou para descansar um pouquinho.
Olhou em volta e ficou admirada: havia uma mesinha posta com minúsculos sete pratinhos, sete copinhos, sete colherezinhas e sete garfinhos. No cômodo superior estavam alinhadas sete caminhas, com cobertas muito brancas.
Branca de Neve estava com fome e sede. Experimentou, então uma colher da sopa de cada pratinho, tomou um gole do vinho de cada copinho e deitou-se em cada caminha, até encontrar a mais confortável. Nela se ajeitou e dormiu profundamente.
Os donos da casa voltaram tarde da noite; eram sete anões que trabalhavam numa mina de diamantes, dentro da montanha.
Logo que entraram, viram que faltava um pouco de sopa nos pratos, que os copos não estavam cheios de vinho… Estranho.
Lá em cima, nas camas, as cobertas estavam mexidas… E na última cama — surpresa maior! — estava adormecida uma linda moça de cabelos pretos, pele branca como a neve e face vermelha como o sangue.
— Como é linda! — murmuraram em coro.
— E como deve estar cansada — disse um deles —, já que dorme assim.
Decidiram não incomodar; o anão dono da caminha onde dormia a donzela passaria a noite numa poltrona.
Na manhã seguinte, quando despertou, Branca de Neve se viu cercada pelos sete anões barbudinhos e se assustou. Mas eles logo a acalmaram, dizendo-lhe que era muito bem-vinda.
— Como se chama? — perguntaram.
— Branca de Neve.
— Mas como você chegou até aqui, tão longe, no coração da floresta?
Branca de Neve contou tudo. Falou da crueldade da madrasta, da sua ordem para matá-la, da piedade do caçador que a deixara fugir, desobedecendo à rainha, e de sua caminhada pela mata até encontrar aquela casinha.
— Fique aqui, se gostar… — propôs o anão mais velho.
— Você poderia cuidar da casa, enquanto nós estamos na mina, trabalhando. Mas tome cuidado enquanto estiver sozinha. Cedo ou tarde, sua madrasta descobrirá onde você está, e se ela a encontrar… Não deixe que ninguém entre! É mais seguro.
Assim começou uma vida nova para Branca de Neve, uma vida de trabalho.
E a madrasta? Estava feliz, convencida de que beleza de mulher alguma superava a sua.
Mas, um dia, teve por acaso a idéia de interrogar o espelho mágico:
— Espelho, espelho meu, diga-me se há no mundo mulher mais bela do que eu.
E o espelho respondeu com voz grave:
— Na mata, na casa dos anões, querida rainha, está Branca de Neve, mais bela que nunca!
A rainha entendeu que tinha sido enganada pelo guarda: Branca de Neve ainda vivia! Resolveu agir por si mesma, para que não houvesse no mundo inteiro mulher mais linda do que ela.
Pintou o rosto, colocou um lenço na cabeça e irreconhecível, disfarçada de velha mercadora, procurou pela mata a casinha dos anões. Quando achou, bateu à porta e Branca de Neve, ingenuamente, foi atender.
A malvada ofereceu-lhe suas mercadorias, e a princesa apreciou um lindo cinto colorido.
— Deixe-me ajudá-la a experimentar o cinto. Você ficará com uma cintura fininha, fininha — disse a falsa vendedora, com uma risada irônica e estridente, apertando cada vez mais o cinto.
E apertou tanto, tanto, que Branca de Neve se sentiu sufocada e desmaiou, caindo como morta. A madrasta fugiu.
Pouco depois, chegaram os anões. Assustaram-se ao ver Branca de Neve estirada e imóvel.
O anão mais jovem percebeu o cinto apertado demais e imediatamente o cortou. Branca de Neve voltou a respirar e a cor, aos poucos, começou a voltar a sua face; melhorou e pôde contar o ocorrido.
— Aquela velha vendedora ambulante era a rainha disfarçada — disseram logo os anões.
— Você não deveria tê-la deixado entrar. Agora, seja mais prudente.
Enquanto isso, a perversa rainha, já no castelo, consultava o espelho mágico e se surpreendeu ao ouvi-lo dizer:
— No bosque, na casa dos anões, minha querida rainha, há Branca de Neve, mais bela que nunca.
Seu plano fracassara! Tentaria novamente.
No dia seguinte, Branca de Neve viu chegar uma camponesa de aspecto gentil, que lhe colocou na janela uma apetitosa maçã, sem dizer nada, apenas sorrindo um sorriso desdentado. A princesinha nem suspeitou de que se tratava da madrasta. Ingênua e gulosa, mordeu a maçã. Antes de engolir a primeira mordida, caiu imóvel.
Dessa vez, devia estar morta, pois o socorro dado pelos anões, quando regressaram da mina, nada resolveu.
Não acharam cinto apertado, nem ferimento algum, apenas o corpo caído.
Branca de Neve parecia dormir; estava tão linda que os bons anõezinhos não quiseram enterrá-la.
— Vamos construir um caixão de cristal para a nossa Branca de Neve, assim poderemos admirá-la sempre.
O esquife de cristal foi construído e levado ao topo da montanha. Na tampa, em dourado, escreveram: “Branca de Neve, filha de um rei”.
Os anões guardavam o caixão dia e noite, e também os animaizinhos da mata – veadinhos, esquilos e lebres —todos choravam por Branca de Neve.
Lá no castelo, a malvada rainha interrogava o espelho mágico:
— Espelho, espelho meu, diga-me se há no mundo mulher mais bela do que eu.
A resposta era invariável.
— Em todo o mundo, não existe beleza maior.
Branca de Neve parecia dormir no caixão de cristal; o rosto branco como a neve e de lábios vermelho como sangue, emoldurado pelos cabelos negros como ébano. Continuava tão linda como enquanto vivia.
Um dia, um jovem príncipe que caçava por ali passou no topo da montanha; bastou ver Branca de Neve para se apaixonar. Pediu permissão aos anões para levar consigo o caixão de cristal. Havia tanta paixão, tanta dor e tanto desespero na voz do príncipe, que os anões ficaram comovidos e consentiram.
— Está bem. Nós o ajudaremos a transportá-la para o vale. Branca de Neve será sua.
Com o caixão nas costas, puseram-se a caminho.
Enquanto desciam por um caminho íngreme, um anão tropeçou numa pedra e quase caiu. Reequilibrou-se a tempo.
O abalo do caixão, porém, fez com que o pedaço da maçã envenenada, que Branca de Neve trazia ainda na boca, caísse. Assim ela se reanimou. Abrindo os olhos e suspirando se sentou e, admirada, quis saber:
— O que aconteceu? Onde estou?
O príncipe e os anões, felizes, explicaram tudo.
O príncipe declarou-se a Branca de Neve e pediu-a em casamento. Branca de Neve aceitou, muito feliz.
Foram para o palácio real, onde toda a corte os recebeu.
Foram distribuídos os convites para a cerimônia nupcial. Entre os convidados estava a rainha madrasta — mas ela mal sabia que a noiva era sua enteada. Vestiu-se a megera suntuosamente, pôs muitas jóias e, antes de sair, interrogou o espelho mágico:
— Espelho, espelho meu, diga-me se há no mundo mulher mais bela do que eu.
E o fiel espelho:
— No seu reino, a mais bela é você; mas a noiva Branca de Neve é a mais bela do mundo.
Louca de raiva, a rainha saiu apressada para a cerimônia. Lá chegando, ao ver Branca de Neve, sofreu um ataque: o coração explodiu e o corpo estourou, tamanha era sua ira.
Mas os festejos não cessaram um só instante. E os anões, convidados de honra, comeram, cantaram e dançaram três dias e três noites. Depois, retornaram para sua casinha e sua mina, no coração da mata.
E Branca de neve e o Príncipe foram felizes para sempre!
Autor: Perrault
A certa altura, a rainha desviou o olhar para admirar os flocos de neve que dançavam no ar; mas com isso se distraiu e furou o dedo com a agulha.
Na neve que tinha caído no beiral da janela pingaram três gotinhas de sangue. O contraste foi tão lindo que a rainha murmurou:
— Pudesse eu ter uma menina branquinha como a neve, corada como sangue e com os cabelos negros como o ébano…
Alguns meses depois, o desejo da rainha foi atendido.
Ela deu à luz uma menina de cabelos bem pretos, pele branca e face rosada. O nome dado à princesinha foi Branca de Neve.
Mas quando nasceu a menina, a rainha morreu. Passado um ano, o rei se casou novamente. Sua esposa era lindíssima, mas muito vaidosa, invejosa e cruel.
Um certo feiticeiro lhe dera um espelho mágico, ao qual todos os dias ela perguntava, com vaidade:
— Espelho, espelho meu, diga-me se há no mundo mulher mais bela do que eu.
E o espelho respondia:
— Em todo o mundo, minha querida rainha, não existe beleza maior.
O tempo passou. Branca de Neve cresceu, a cada ano mais linda…
E um dia o espelho deu outra resposta à rainha.
— A sua enteada, Branca de Neve, é agora a mais bela.
Invejosa e ciumenta, a rainha chamou um de seus guardas e lhe ordenou que levasse a enteada para a floresta e lá a matasse. E que trouxesse o coração de Branca de Neve, como prova de que a missão fora cumprida.
O guarda obedeceu. Mas, quando chegou à mata, não teve coragem de enfiar a faca naquela jovem inocente que nunca fizera mal a ninguém.
Deixou-a fugir. Para enganar a rainha, matou um veadinho, tirou o coração e entregou-o a ela, que quase explodiu de alegria e satisfação.
Enquanto isso, Branca de Neve fugia, penetrando cada vez mais na mata, ansiosa por se distanciar da madrasta e da morte.
Os animais chegavam bem perto, sem a atacar; os galhos das árvores se abriam para que ela passasse.
Ao anoitecer, quando já não se agüentava mais em pé de tanto cansaço, Branca de Neve viu numa clareira uma casa bem pequena e entrou para descansar um pouquinho.
Olhou em volta e ficou admirada: havia uma mesinha posta com minúsculos sete pratinhos, sete copinhos, sete colherezinhas e sete garfinhos. No cômodo superior estavam alinhadas sete caminhas, com cobertas muito brancas.
Branca de Neve estava com fome e sede. Experimentou, então uma colher da sopa de cada pratinho, tomou um gole do vinho de cada copinho e deitou-se em cada caminha, até encontrar a mais confortável. Nela se ajeitou e dormiu profundamente.
Os donos da casa voltaram tarde da noite; eram sete anões que trabalhavam numa mina de diamantes, dentro da montanha.
Logo que entraram, viram que faltava um pouco de sopa nos pratos, que os copos não estavam cheios de vinho… Estranho.
Lá em cima, nas camas, as cobertas estavam mexidas… E na última cama — surpresa maior! — estava adormecida uma linda moça de cabelos pretos, pele branca como a neve e face vermelha como o sangue.
— Como é linda! — murmuraram em coro.
— E como deve estar cansada — disse um deles —, já que dorme assim.
Decidiram não incomodar; o anão dono da caminha onde dormia a donzela passaria a noite numa poltrona.
Na manhã seguinte, quando despertou, Branca de Neve se viu cercada pelos sete anões barbudinhos e se assustou. Mas eles logo a acalmaram, dizendo-lhe que era muito bem-vinda.
— Como se chama? — perguntaram.
— Branca de Neve.
— Mas como você chegou até aqui, tão longe, no coração da floresta?
Branca de Neve contou tudo. Falou da crueldade da madrasta, da sua ordem para matá-la, da piedade do caçador que a deixara fugir, desobedecendo à rainha, e de sua caminhada pela mata até encontrar aquela casinha.
— Fique aqui, se gostar… — propôs o anão mais velho.
— Você poderia cuidar da casa, enquanto nós estamos na mina, trabalhando. Mas tome cuidado enquanto estiver sozinha. Cedo ou tarde, sua madrasta descobrirá onde você está, e se ela a encontrar… Não deixe que ninguém entre! É mais seguro.
Assim começou uma vida nova para Branca de Neve, uma vida de trabalho.
E a madrasta? Estava feliz, convencida de que beleza de mulher alguma superava a sua.
Mas, um dia, teve por acaso a idéia de interrogar o espelho mágico:
— Espelho, espelho meu, diga-me se há no mundo mulher mais bela do que eu.
E o espelho respondeu com voz grave:
— Na mata, na casa dos anões, querida rainha, está Branca de Neve, mais bela que nunca!
A rainha entendeu que tinha sido enganada pelo guarda: Branca de Neve ainda vivia! Resolveu agir por si mesma, para que não houvesse no mundo inteiro mulher mais linda do que ela.
Pintou o rosto, colocou um lenço na cabeça e irreconhecível, disfarçada de velha mercadora, procurou pela mata a casinha dos anões. Quando achou, bateu à porta e Branca de Neve, ingenuamente, foi atender.
A malvada ofereceu-lhe suas mercadorias, e a princesa apreciou um lindo cinto colorido.
— Deixe-me ajudá-la a experimentar o cinto. Você ficará com uma cintura fininha, fininha — disse a falsa vendedora, com uma risada irônica e estridente, apertando cada vez mais o cinto.
E apertou tanto, tanto, que Branca de Neve se sentiu sufocada e desmaiou, caindo como morta. A madrasta fugiu.
Pouco depois, chegaram os anões. Assustaram-se ao ver Branca de Neve estirada e imóvel.
O anão mais jovem percebeu o cinto apertado demais e imediatamente o cortou. Branca de Neve voltou a respirar e a cor, aos poucos, começou a voltar a sua face; melhorou e pôde contar o ocorrido.
— Aquela velha vendedora ambulante era a rainha disfarçada — disseram logo os anões.
— Você não deveria tê-la deixado entrar. Agora, seja mais prudente.
Enquanto isso, a perversa rainha, já no castelo, consultava o espelho mágico e se surpreendeu ao ouvi-lo dizer:
— No bosque, na casa dos anões, minha querida rainha, há Branca de Neve, mais bela que nunca.
Seu plano fracassara! Tentaria novamente.
No dia seguinte, Branca de Neve viu chegar uma camponesa de aspecto gentil, que lhe colocou na janela uma apetitosa maçã, sem dizer nada, apenas sorrindo um sorriso desdentado. A princesinha nem suspeitou de que se tratava da madrasta. Ingênua e gulosa, mordeu a maçã. Antes de engolir a primeira mordida, caiu imóvel.
Dessa vez, devia estar morta, pois o socorro dado pelos anões, quando regressaram da mina, nada resolveu.
Não acharam cinto apertado, nem ferimento algum, apenas o corpo caído.
Branca de Neve parecia dormir; estava tão linda que os bons anõezinhos não quiseram enterrá-la.
— Vamos construir um caixão de cristal para a nossa Branca de Neve, assim poderemos admirá-la sempre.
O esquife de cristal foi construído e levado ao topo da montanha. Na tampa, em dourado, escreveram: “Branca de Neve, filha de um rei”.
Os anões guardavam o caixão dia e noite, e também os animaizinhos da mata – veadinhos, esquilos e lebres —todos choravam por Branca de Neve.
Lá no castelo, a malvada rainha interrogava o espelho mágico:
— Espelho, espelho meu, diga-me se há no mundo mulher mais bela do que eu.
A resposta era invariável.
— Em todo o mundo, não existe beleza maior.
Branca de Neve parecia dormir no caixão de cristal; o rosto branco como a neve e de lábios vermelho como sangue, emoldurado pelos cabelos negros como ébano. Continuava tão linda como enquanto vivia.
Um dia, um jovem príncipe que caçava por ali passou no topo da montanha; bastou ver Branca de Neve para se apaixonar. Pediu permissão aos anões para levar consigo o caixão de cristal. Havia tanta paixão, tanta dor e tanto desespero na voz do príncipe, que os anões ficaram comovidos e consentiram.
— Está bem. Nós o ajudaremos a transportá-la para o vale. Branca de Neve será sua.
Com o caixão nas costas, puseram-se a caminho.
Enquanto desciam por um caminho íngreme, um anão tropeçou numa pedra e quase caiu. Reequilibrou-se a tempo.
O abalo do caixão, porém, fez com que o pedaço da maçã envenenada, que Branca de Neve trazia ainda na boca, caísse. Assim ela se reanimou. Abrindo os olhos e suspirando se sentou e, admirada, quis saber:
— O que aconteceu? Onde estou?
O príncipe e os anões, felizes, explicaram tudo.
O príncipe declarou-se a Branca de Neve e pediu-a em casamento. Branca de Neve aceitou, muito feliz.
Foram para o palácio real, onde toda a corte os recebeu.
Foram distribuídos os convites para a cerimônia nupcial. Entre os convidados estava a rainha madrasta — mas ela mal sabia que a noiva era sua enteada. Vestiu-se a megera suntuosamente, pôs muitas jóias e, antes de sair, interrogou o espelho mágico:
— Espelho, espelho meu, diga-me se há no mundo mulher mais bela do que eu.
E o fiel espelho:
— No seu reino, a mais bela é você; mas a noiva Branca de Neve é a mais bela do mundo.
Louca de raiva, a rainha saiu apressada para a cerimônia. Lá chegando, ao ver Branca de Neve, sofreu um ataque: o coração explodiu e o corpo estourou, tamanha era sua ira.
Mas os festejos não cessaram um só instante. E os anões, convidados de honra, comeram, cantaram e dançaram três dias e três noites. Depois, retornaram para sua casinha e sua mina, no coração da mata.
E Branca de neve e o Príncipe foram felizes para sempre!
Autor: Perrault
Os Três Porquinhos

Certa vez havia uma porca que teve três porquinhos. Ela estava velha e não tinha como sustentar a ninhada, então mandou que partissem em busca da sorte.
O primeiro porquinho andou, andou até que encontrou um homem que carregava um feixe de palha, e disse a ele:
“Por favor, camponês, me dê um tanto dessa palha para que eu possa construir minha casinha.”
O camponês, que tinha bom coração, assim o fez, entregando-lhe uma boa quantidade de palha. O porquinho não perdeu tempo e logo sua casa estava pronta. Porém, também logo veio um lobo, que bateu à porta e falou:
“Porquinho, porquinho, deixe-me entrar.”
Ouvindo isso o porquinho respondeu: “Não, não, pelos fios de minha barba, aqui você não vai entrar.”
O lobo sem se deixar abalar com a resposta, retrucou: “Então vou soprar, e vou bufar, e vou sua casa arrebentar.”
E soprou, bufou, e a casa foi pelos ares. O porquinho no entanto, era rápido, e saiu correndo para dentro da mata, tão depressa que, por mais que tentasse, o lobo não conseguiu capturá-lo.
O segundo porquinho encontrou um homem com um feixe de gravetos e disse:
“Por favor, meu bom homem, me dê um tanto desses gravetos para que eu possa construir a minha casinha.”
O homem assim o fez e o porquinho, mais do que depressa, construiu a sua casinha.
Mas não tardou e o lobo apareceu e disse: “Porquinho, porquinho, deixe-me entrar”.
“Não, não, pelos fios de minha barba, aqui você não vai entrar.” “Então vou soprar, e vou bufar, e vou sua casa arrebentar.”
E soprou, soprou, bufou, bufou, e a casa foi pelos ares. Mas tal como seu irmão, esse porquinho também era ágil, ou essa agilidade era apenas o instinto natural de sobrevivência? Não sei, o que sei é que ele correu feito um louco pra dentro da floresta e o lobo mais uma vez não pode encher a barriga com os porquinhos dessa família!
O terceiro porquinho vinha andando pelo seu caminho quando encontrou um homem que fabricava tijolos, e disse:
“Por favor, meu bom homem, me dê um tanto desses tijolos para que eu possa construir a minha casinha.”
O homem tinha sobrando e de bom grado deu muitos tijolos para o porquinho. Satisfeito, o porquinho estava tratando de reunir todo material que ganhara quando surgiram da mata seus dois irmãos, chorando, traumatizados.
“O que aconteceu irmãozinhos”, perguntou-lhe, “porque tanta tristeza?”
E os dois infelizes relataram tudo que tinha lhes acontecido, o lobo, suas casas destruídas e a intenção do lobo de fazer deles o seu almoço.
“Não se preocupem mais irmãos, tenho tijolos, este material é mais forte, sólido, vamos fazer nossa casinha com eles, e essa o lobo não poderá destruir!”
Sem perda de tempo trataram de construir sua sólida casinha. Não tardou e o lobo apareceu outra vez, e tal como fizera com os outros dois porquinhos, disse:
“Porquinho, porquinho, deixe-me entrar”.
“Não, não, pelos fios de minha barba, aqui você não vai entrar.” “Então vou soprar, e vou bufar, e vou sua casa arrebentar.”
E ele soprou, soprou e bufou, e soprou, e bufou, e bufou, e bufou, e soprou, e soprou mais ainda, até ficar roxo e perder o fôlego, mas a casa não caiu. Então ele percebeu que essa casa era mais forte e que por mais que soprasse não conseguiria destruí-la. Pôs a cabeça para funcionar e teve uma ideia, e disse:
“Porquinho, quero ser seu amigo, e para provar ofereço-me a mostrar-lhe onde há um magnífico campo de nabos.”
“Onde fica esse campo?” Perguntou o porquinho.
“Oh, nas terras do Sr. Jacó, e se estiver pronto amanhã de manhã virei buscá-lo; poderemos ir juntos colher nabos e nos divertir bastante.”
“Esta bem”, respondeu o porquinho, “está combinado. A que horas vai passar por aqui?”
“Oh, as seis em ponto, está bem?”
O porquinho levantou às cinco da manhã, disse para seus irmãos ficarem bem quietos escondidos em casa, e foi para o campo dos nabos, chegando antes do lobo. Lá pegou tudo que queria e voltou correndo para casa, onde se trancou bem.
Às seis em ponto o lobo bateu na porta dos porquinhos:
“Porquinho (o lobo não sabia que os dois sobreviventes estavam lá!), está pronto?”
O porquinho respondeu: “Pronto? Já fui e já voltei, e tenho uma panela repleta de nabos para o jantar.”
O lobo ficou furioso, mas não ia desistir assim tão fácil, e disse: “Porquinho, conheço um lugar repleto de macieiras carregadinhas.”
“Onde?”, perguntou o porquinho.
“Lá na clareira do lago”, respondeu o lobo. “E se não me enganar virei buscá-lo amanhã, às cinco horas, para colhermos algumas maçãs.”
Na manhã seguinte o porquinho levantou às quatro horas, vestiu-se e foi para a clareira do lago colher as maçãs, esperando fazer a mesma coisa do dia anterior, mas a clareira era mais longe, e ele teve que subir nas árvores para colher as maçãs. Então, bem na hora em que ia descer da última árvore com um saco cheinho de maçãs, viu o lobo se aproximar e ficou apavorado. E agora, o que fazer?
O lobo chegou e disse:
“Você gosta de levantar cedo, não é porquinho? Chegou antes de mim? Como estão as maçãs, estão doces?”
“Estão ótimas”, disse o porquinho, vou lhe jogar uma,” e jogou uma linda maçã o mais longe que pode. O lobo guloso correu para apanhá-la, e o porquinho por sua vez saltou para o chão e correu o mais rápido que pode até sua casa, trancando muito bem todas as portas e janelas.
No dia seguinte lá estava o lobo outra vez, mas agora muito zangado. Falou:
“Porquinho, perdi a paciência com você. Não vou esperar mais, vou entrar pela chaminé e devorá-lo, assim como fiz com seus irmãos!”
“Mentiroso!” gritou o porquinho, “você não é de nada, não devorou meus irmãos, eles estão aqui comigo!”
E os dois irmãos gritaram de dentro da casa para que o lobo pudesse ouvi-los. Enquanto isso o porquinho esperto pendurou um caldeirão cheio d’água na lareira acessa com um fogo bem alto. O lobo, cada vez mais furioso, começou a descer pela chaminé, e estava tão cego de ódio que nem viu a panela e caiu dentro dela. O porquinho rapidamente colocou a tampa, o lobo ficou preso e morreu escaldado.
E os três irmãozinhos viveram felizes na casa de tijolos.
Autor: Conto Inglês
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