Maio
Conto: O País do Nim
Autor: Walmir Ayala
Desenho:
Regina Drumond
Contato:
reryreine@gmail.com
Fotografia, arte e produção: Henry Yu
O Pais do Nim
Era assim no Pais do
Nim. Nem não, nem sim.
A porta do País do
Nim era de algodão. O clima não era frio nem quente, e as pessoas não
sabiam como se vestir, pois naquele país o sol não aquecia, nem o frio
esfriava. Com os guarda chuvas abertos todos esperavam pela chuva ou pelo sol
de verão. E... nem a chuva caía, nem o sol aparecia no Pais do Nim.
Um belo dia,
um menino, um unicórnio e uma moça chegaram até a porta de algodão daquele
pais, e... entraram. A estrada não era assim nem assado, era em forma de uma
flor de lis. O unicórnio apontando o nariz, cheirou o ar procurando pelo olfato
descobrir qual era o charme daquele país. Naquele momento, ficou completamente
indeciso sobre o que fazer.
O menino, encostando
o ouvido no chão, disse - Estou ouvindo passos de
gigantes... seriam eles os habitantes do país do NIm? E, sem tempo
da menina responder sim, apareceu um grande rosto de bochechas vermelhas
e com grandes olhos azuis. O unicórnio ficou invisível e, imediatamente, a
menina abraçou o menino quando apareceu uma grande mão como se fosse uma ponte.
E... a menina e o menino subiram naquela grande mão, que os elevou a
altura dos olhos. O gigante era tão alto que a terra desapareceu. A moça ao perguntar: - Quem é
você? teve como resposta: - Eu sou o rei do País do Nim (que significa Não e
Sim) - Quer nos mostrar o seu
país? ela novamente perguntou e
ele disse : - NIm. Naquele instante tudo parou. O rei do país do Nim começou a
rir, chegou a rolar no chão e a chorar de tanto rir. A moça e o menino saltaram
da grande mão do gigantesco rei do pais
do Nim e ouviram a voz do unicórnio invisível que dizia: - Fujam... fujam para
dentro do bosque de Bombril.
A moça e o
menino obedeceram e passaram aquela noite no pais do Nim. A floresta
de Bombril era fria, e o unicórnio
apareceu e soprou um ar perfumado e um sopro quente sobre eles. Na manhã
seguinte perguntaram para as flores de Bombril se eram elas que limpavam as
panelas do País do Nim e, como resposta, ouviram : - Nim. O menino e a moça e o
unicórnio passaram entre os arbustos como se fossem os macacos num armário de
louças. O Bombril, parado como uma mata escura, parecia ser a palha de aço de
um jardim de lata. Finalmente... chegaram ao fim do pais do Nim. Naquele
momento apareceram algumas crianças com olhar de sem fim, batendo palmas. O
menino perguntou se elas estavam felizes e teve como resposta: - Nim (que quer
dizer nem não nem sim). O unicórnio perguntou se elas queriam ir com eles e
teve como resposta: - Nim. Estas crianças andam, param, choram e sorriem. Não
vão para a rua nem sabem se ali moram e, com um olhar triste, dizem: Nim,
mostrando que são os indecisos do país do Nim.
Finalmente, o
menino, o unicórnio e a moça chegam em uma ponte de alfenim, quando a
moça fala: - Se pensarmos muito, estaremos perdidos porque cairemos no abismo
do pais do Nim. E, naquele instante, o unicórnio toma a cor azul brilhante como
cetim e dele saem duas asas brancas. E ele diz: - Venham, subam! vamos
voar acima do medo pelo pais do Nim. O menino e a moça sobem na garupa do
unicórnio e voam sobre a ponte sem tocar o doce, passando pelos ares turvos do
pais do Nim. E, com aquele feliz voo, chegam finalmente ao bosque florido do
pais do Sim.
E com o Sim andam
nas cirandas, cantam nos corais, abraçam as velas dos barcos, deslizam sobre os
montes de areia e, cansados, adormecem com sonos e sonhos. E... assim bebem as
belezas do país do Sim... até o fim.
Regina Drumond
O País do Nim
Walmir Ayala
O pais do Nim.
Walmir Ayala
Editora Villa Rica
– BH e RJ
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