Fevereiro
Conto: Aneet a perpiscaz
Autor: Conto Arménio
Desenho: Murilo Pagani
Contato: nemabh25@yahoo.com.br
55 (31) 3337 7026
Fotografia,
arte e produção: Henry Yu
Aneet a perspicaz
Nas terras da
Armenia nasceu um belo príncipe que se chamou Vachagam. Era bonito,
cortês com todos e desde cedo se interessou pelo aprendizado de línguas, música,
poesia. Mas o que mais o encantava era a caça.
Um dia na entrada do
deserto, viu um grupo de mulheres próximas ao poço de água. Aproximou-se e
pediu água. Uma das jovens ofereceu uma grande caneca com água fresca e
cristalina, mas uma outra jovem questionou tal gesto. O príncipe estranhou pois
em sua terra ninguém jamais deixou de oferecer água a um sedento. A segunda
jovem explicou que por ele estar com o corpo quente a água não lhe faria bem.
Deveria descansar e depois tomaria água.
O príncipe ficou
encantado com o desembaraço da jovem. Chamava-se Aneet, filha do pastor de
ovelhas, o velho Aran. Agradeceu e voltou para o palácio. Lá avisou aos pais
que havia encontrado a mulher ideal. Imediatamente enviou um emissário à cabana
do pastor Aran pedindo sua filha em casamento. A jovem ouviu o pedido e foi
logo perguntando:
- Qual a profissão
dele?
- Profissão,
respondeu o emissário? Ele é um príncipe. Não precisa de ter uma profissão.
- Enquanto ele não
tiver uma profissão eu não aceito seu pedido.
O casal real
quando ouviu a resposta da jovem ficou horrorizado mas o jovem gostou. Ela era
a sua escolhida mesmo. Desse dia em diante procurou aprender com os
especialistas do palácio todo o tipo de profissão. Por fim escolheu a profissão
que seu povo era especialista: a arte de tecer tapetes. Aprendeu todo o tipo de
nós, desenhos esmerados e atenção no escolher as cores. Teceu um especial com
flores típicas e tempos depois enviou à jovem. Ela viu que ele estava
mesmo preparada e já
tinha uma profissão. Aceitou o pedido de casamento e as festas foram grandes.
O jovem casal vivia
feliz e era amado pelo povo. O tempo passou e logo Vachagan foi coroado rei. O
casal estava sempre atento as necessidades do povo que comentava o fato de
tecelões estarem sumindo da capital do Reino. Aneet sugeriu que o Rei saísse
pela cidade disfarçado para saber o que estava acontecendo. E assim foi feito.
O rei começou a ouvir as pessoas e ver que algo estava muito estranho.
Acompanhou um
desses homens e viu que se dirigiam a montanha na saída da capital. Foi junto.
E foi aí que descobriu que dentro da montanha estavam aprisionados todos os
artesãos sumidos. O tempo passou e a rainha Aneet estava
desesperada sem
saber o que havia acontecido. Nesse meio tempo o rei pensou num modo de sair da
caverna da montanha. Pensou num desenho muito especial e sugeriu aos falsos
artesãos que aquele tapete poderia ser oferecido a reis e rainhas de bom gosto
e dinheiro. E assim fez junto com os companheiros.
Depois de pronto o
falso artesão foi ao Palácio pois sabia que a Rainha Aneet gostava de tapetes
finos e bem trabalhados. Ao chegar ao palácio quase que não conseguem uma
audiência com a rainha que estava muito preocupada com o sumiço do Rei e não
estava para fazer compras. Mas a insistência de uma das damas da rainha fez com
que ela recebesse o vendedor de tapetes.
Quando abriram o
tapete ela viu o recado do seu marido, o Rei Vachgagan. Deus ordem aos guardas
de aprisionar os falsos tecelões e enviou a guarda real até acavena da montanha
onde todos os moradores da cidade e o rei foram libertados.
E a sabedoria do rei
Vachagan e da rainha Aneet ficou conhecida em todo o reino e eles viveram
felizes para sempre.
Neuza Oli Vieira
Aneet a Perspicaz
Conto arménio
Aneet, a perspicaz -
conto da Armênia
Recontado por Tanya
Robyn Batt in: O tecido dos contos maravilhosos – contos de lugares distantes.
Tradução de Waldeá Barcellos. Edit. Martins Fontes. SP, 2010.
Nenhum comentário:
Postar um comentário