Lampião e Maria Bonita
Bordado por: Silvânia Maria Carvalho de Araújo
Tradição oral do Nordeste brasileiro
Desenho: Murilo
Pagani
Contato: silvaniamar@gmail.com
Fotografia, arte e produção: Henry Yu
A história de Virgulino Ferreira da Silva está
presente na vida do sertão do Nordeste brasileiro, indo além das terras de
Sergipe, onde foi morto. Menino alegre, tocador de sanfona, vaqueiro, bom de
tiro, o que lhe valeu o apelido de Lampião devido à sua rapidez com o uso da
arma que, em suas mãos, parecia ter luz própria. Vivia sob o teto dos
“coronéis” que brigavam pela posse de terra e comando na região, que em clima
de disputa gerava o exército de cangaceiros. Quando o Pai de Virgulino foi
assassinado, ele jurou vingança, assim, o menino vaqueiro virou cangaceiro.
Andando pelo sertão, ora pedia apoio com comida, abrigo e dinheiro; ora
gerava violência e pânico pelo sertão nordestino. Dessa forma, criou-se o
mito do bando de cangaceiros de Lampião. Bando que recebia auxílio e proteção
de coronéis em troca de favores e serviços ou aguçava a rivalidade dos
coronéis. Assim. Agia o bando de acordo com as suas conveniências, podendo ter
festas ou mortes quando o bando entrava em uma cidade.
Maria Dea de Oliveira entra na história, a Maria
Bonita era menina letrada, maravilhada com o mito do homem valente, apaixonada
como um fã pelo seu ídolo. Menina casada por obrigação com um homem mais velho,
faz um poema de amor para o mito do cangaço. O suficiente para encantar Lampião
e acender o fogo da paixão. Está formado o casal mais unido, temido e amado do
sertão nordestino. Ela entrou para o cangaço, incorporou os atos do grupo,
aprendeu a usar as armas, a viver de correndo da polícia e, acima de tudo,
trouxe as mulheres para o cangaço.
A história de amor de Maria Bonita e Lampião é
contada em verso e prosa, nas músicas, nas ilustrações em todo o nordeste
brasileiro. Eles permaneceram juntos até a morte de ambos na emboscada em
Angicos, em 1938. Amor esse que se sustentou em um clima turbulento no espaço
do árido sertão de Sergipe, Alagoas, Pernambuco, eternizado na cultura popular
brasileira.
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