segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Lampião e Maria Bonita - MAIO

 Lampião e Maria Bonita


Bordado por: Silvânia Maria Carvalho de Araújo
Tradição oral do Nordeste brasileiro
Desenho: Murilo Pagani
Contato: silvaniamar@gmail.com
Fotografia, arte e produção: Henry Yu


A história de Virgulino Ferreira da Silva está presente na vida do sertão do Nordeste brasileiro, indo além das terras de Sergipe, onde foi morto. Menino alegre, tocador de sanfona, vaqueiro, bom de tiro, o que lhe valeu o apelido de Lampião devido à sua rapidez com o uso da arma que, em suas mãos, parecia ter luz própria. Vivia sob o teto dos “coronéis” que brigavam pela posse de terra e comando na região, que em clima de disputa gerava o exército de cangaceiros. Quando o Pai de Virgulino foi assassinado, ele jurou vingança, assim, o menino vaqueiro virou cangaceiro. Andando pelo sertão, ora pedia apoio com comida, abrigo e dinheiro; ora gerava violência e pânico pelo sertão nordestino. Dessa forma, criou-se o mito do bando de cangaceiros de Lampião. Bando que recebia auxílio e proteção de coronéis em troca de favores e serviços ou aguçava a rivalidade dos coronéis. Assim. Agia o bando de acordo com as suas conveniências, podendo ter festas ou mortes quando o bando entrava em uma cidade.

Maria Dea de Oliveira entra na história, a Maria Bonita era menina letrada, maravilhada com o mito do homem valente, apaixonada como um fã pelo seu ídolo. Menina casada por obrigação com um homem mais velho, faz um poema de amor para o mito do cangaço. O suficiente para encantar Lampião e acender o fogo da paixão. Está formado o casal mais unido, temido e amado do sertão nordestino. Ela entrou para o cangaço, incorporou os atos do grupo, aprendeu a usar as armas, a viver de correndo da polícia e, acima de tudo, trouxe as mulheres para o cangaço.

A história de amor de Maria Bonita e Lampião é contada em verso e prosa, nas músicas, nas ilustrações em todo o nordeste brasileiro. Eles permaneceram juntos até a morte de ambos na emboscada em Angicos, em 1938. Amor esse que se sustentou em um clima turbulento no espaço do árido sertão de Sergipe, Alagoas, Pernambuco, eternizado na cultura popular brasileira. 

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